Nascido na It�lia, veio ainda crian�a para o Brasil, onde fez sua carreira jornal�stica. Recebeu o pr�mio de melhor ensaio da ABL em 2003 por 'As Ilus�es Armadas'. Escreve �s quartas-feiras e domingos.
A conta est� barata para o PSDB
O governador tucano Beto Richa chamou de "bandido" o auditor da Receita paranaense que acusou a caixa da �ltima campanha do PSDB de ter recebido R$ 2 milh�es de uma quadrilha de servidores que fraudava crimes tribut�rios. Luiz Ant�nio de Souza, o autor da acusa��o, est� preso e vem colaborando com o Minist�rio P�blico. Ele � r�u confesso num crime de corrup��o de menores, mas, no caso das fraudes, h� outros 14 servidores envolvidos e o ex-inspetor-geral de fiscaliza��o da Receita estadual passou duas semanas na cadeia depois de permanecer foragido por quarenta dias. Deixou a penitenci�ria encapuzando-se.
Souza confessou ter praticado bandidagens na Receita, amealhando um patrim�nio de milh�es de reais. Pedro Barusco, o "amigo Paulinho" e os empres�rios que v�m colaborando com as investiga��es das petrorroubalheiras tamb�m s�o delinquentes e o comissariado petista atolou-se tentando desqualific�-los. Uma coisa � uma coisa e outra coisa � outra coisa. Souza n�o citou o governador nominalmente. Mencionou um pedido que recebeu do ex-inspetor-geral e apresentou a nota fiscal de uma compra feita com seu CPF para que 70 divis�rias fossem entregues no comit� tucano. Richa preferiu a ret�rica dos comiss�rios petistas, desqualificando o denunciante. Antes, havia representado sem sucesso contra o promotor que conduz a investiga��o das fraudes.
O PT est� pagando hoje pela promiscuidade em que se meteu ao tempo em que as boquinhas de seus quadros limitavam-se a mordidas em concession�rios de servi�os municipais. Coisa do s�culo passado, fortaleceu h�bitos que desembocaram no esc�ndalo da Petrobras. Quem foi complacente ao julgar as roubalheiras petistas daquela �poca v� hoje o tamanho de seu engano.
Nenhum grupo pol�tico tem o monop�lio da virtude, mas todos s�o respons�veis pela maneira como se comportam diante do pecado.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que "nunca se roubou tanto em nome de uma causa". O tucanato paulista, contudo, ainda carrega nas costas o esc�ndalo do cartel de equipamentos ferrovi�rios. Em 2008 a Siemens reconheceu que participava de um contub�rnio para fornecimentos ao Metr� de S�o Paulo e demitiu o presidente da sua filial brasileira "por grave contraven��o de diretrizes da empresa". Isso era resultado de uma faxina interna da Siemens e nada tinha a ver com pol�tica. Quando ela resolveu colaborar com as autoridades, o governador Geraldo Alckmin anunciou que pretendia process�-la: "As outras empresas n�o confessaram, mas a Siemens j� confessou". Sendo "r� confessa" devia devolver "centavo por centavo". Sobrou para quem estava ajudando a Vi�va. Passados sete anos, Jos� Dirceu pegou uma cadeia, o "amigo Paulinho" est� de tornozeleira, mas ningu�m foi em cana pelo velho caso paulista. At� hoje n�o apareceu prova de que dinheiro arrecadado pela quadrilha tenha ido para a caixa do PSDB. Seria um roubo sem causa.
R�pido no gatilho ao reprimir manifesta��es de professores, Beto Richa conseguiu o imposs�vel: rivaliza com a doutora Dilma em mat�ria de desgoverno. No caso das fraudes ocorridas na Receita estadual nos �ltimos dez anos j� h� 62 pessoas denunciadas pelo Minist�rio P�blico.
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