A proposta de cooperação entre as Coreias, a do Norte e a do Sul, para a participação unificada de seus comitês olímpicos nacionais em alguns eventos da Olimpíada de Tóquio-2020 não foi afetada, a princípio, pela recente troca de acusações entre norte-coreanos e norte-americanos.
O embate surgiu após a Coreia do Norte anunciar que tinha realizado testes na semana passada de um novo tipo de “arma tática guiada”. Representantes dos Estados Unidos reagiram irritados contra aquele exercício, uma vez que os dois países têm investido em negociações sobre mísseis, desarmamento nuclear e questões relacionadas a outros aliados dos norte-americanos.
A situação atual é delicada levando-se em conta que a última cúpula entre o líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente norte-americano Donald Trump foi interrompida sem acordo em fevereiro passado no Vietnã.
Os norte-coreanos rebateram as declarações contra os testes de mísseis, encarando-as como provocadoras e ofensivas. Embora não tenham sido divulgados detalhes do potencial da nova arma, a simples experimentação acabou servindo de combustível para o surgimento de atritos que tornam mais tensas as negociações em andamento.
Importante aliada dos Estados Unidos, à Coreia do Sul interessa uma política de pressão contra a Coreia do Norte. Além disso, as Coreias ainda não chegaram um acordo de paz desde a guerra de 1950-53, encerrada com um armistício.
Apesar dos seus posicionamentos conflitantes nas relações gerais (ideológicas, direitos humanos e outras), os coreanos do norte e do sul estão empenhados numa reaproximação no campo esportivo. Recorrem aos esportes como instrumento na busca pela redução das tensões e pela aproximação dos habitantes dos dois lados da fronteira.
Em fevereiro do ano passado, ambos os países desfilaram juntos na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang, na Coreia do Sul, nos quais também competiram com uma equipe unificada de hóquei feminino. Na sequência, outros episódios esportivos registraram iniciativas conjuntas.
Até uma proposta unificada das Coreias para reivindicar a sede da Olimpíada e da Paraolimpíada de 2032 está sendo elaborada com amplo incentivo do Comitê Olímpico Internacional. Ainda é um passo tímido, mas cheio de esperança rumo à paz na península coreana.
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