Gelo e gim

Coluna é assinada pelo jornalista e tradutor Daniel de Mesquita Benevides.

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Gelo e gim

Conheça o coquetel favorito de Taylor Swift

Com gim e toranja, french blonde é o drinque que mais agrada o paladar da cantora

Você pode não gostar da Taylor Swift, mas sua filha gosta (ou filho/e). E a cantora e compositora, definitivamente, gosta de beber. De acordo com o site Bottle Raiders, são 28 menções específicas a bebidas alcoólicas em suas canções. Isso, sem contar as menções não específicas, tipo "encher a cara" etc.

Taylor Swift
Taylor Swift em show na Suécia em marçõ de 2024 - Christine Olsson/TT News Agency/via REUTERS

A maioria delas se refere a vinho, o que dá uma ideia de qual seja a bebida preferida de La Swift. Mas ela não esconde uma queda por coquetéis também. Como o suspeito vodca coke light, nada mais que um cuba libre com vodca no lugar de rum e coca light como opção à tradicional. Preferência declarada numa entrevista à revista Vogue (já mudou, veremos). Não é relevante, mas tem sua graça.

Às vezes ela declara amor a um destilado simples, puro como o ar em algum canto escondido do mundo. Com em "London Boy", em que confessa ao crush britânico que "adora Springsteen, jeans azul e surrado, Tennessee whiskey". Ou seja, os EUA. Ou o sul folk estadunidense. Aos 14, antes, portanto, de suas aventuras etílicas, Swift foi morar em Nashville, meca do country no país, para se concentrar na música e na carreira

Já na dramática canção "Getaway car", ela canta as mazelas de uma relação amaldiçoada: "Soube no primeiro old-fashioned que não ia prestar"(aqui em sentido duplo). A lista VIP de namorados indica que foram muitos old-fashioneds, muitos copos e beijos e muitas ressacas amorosas. Combustível para as letras, frequentemente autobiográficas.

"...Ready for it?"é outro conto de amor bandido, em ritmo de hip-hop e baixo estourado, forçando as caixas no limite. Bad girl. Longe, longe do country-pop do início de carreira, ela entoa "Island breeze e luzes baixas. Ninguém precisa saber". Shhh, segredo. O island breeze vem a ser uma mistura algo doentia de licor de coco, suco de cranberry e suco de grapefruit. Nada recomendável. (E talvez essa tenha sido a ideia, pois doce e perigoso).

Ela é deliciosamente kitsch quando canta: "Você ainda está em mim como um vestido manchado de vinho que não dá mais para usar" (a balada "Clean"). E deliciosamente ciumenta na letra de "No body, no crime", em terceira pessoa: "O marido dela anda estranho, cheira a infidelidade. Ela diz: 'não é meu Merlot que está na boca dele.'" Agora a mancha de vinho denuncia o batom alienígena. Será?

Outra de suas músicas se intitula "Campagne problems", o que dá uma ideia da melodia, fluindo em bolhas opacas. Com sua bela voz, Swift quebra a taça de sentimentos do pobre rapaz. Num diapasão mais festivo, na linha opulenta do "Grande Gatsby", todo mundo "pula do balcão na piscina e nada num mar de champagne", em "This is why we can't have nice things".

Tudo isso para dizer que a nova rainha do pop elegeu um novo coquetel favorito: o french blonde, quase uma variação do clássico french 75. A nova está nas redes, com fotos para provar. É um salto de qualidade: o drinque é excelente, bem melhor do que os que ela vinha tomando. E traz no nome e alguns ingredientes a marca francesa. Progressista, anti-armas, anti-supremacistas brancos, feminista, democrata, Swift deve ter ficado feliz com a esquerda derrotando a extrema direita na França. Vale um brinde ao som da "Marselhesa". "Allez enfants…."

FRENCH BLONDE

60 ml de suco de grapefruit (toranja)

60 ml de Lillet Blanc

30 ml de gim

15 ml de licor elderflower (de flor de sabugueiro)

2 gotas de limão siciliano

Bata os ingredientes com gelo e coe para uma taça coupe gelada. Finalize com uma casca de limão siciliano.

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