Ph.D em Business, doutorado em administra��o, mestrado e bacharelado em economia. � professor na Escola de Administra��o de Empresas de S�o Paulo da FGV.
Mundo Econ�mico
PANORAMA MUNDO
Na �ltima sexta-feira (24), os principais �ndices do mercado de a��es dos Estados Unidos fecharam em baixa pela quarta sess�o seguida, registrando grande perda acumulada na semana.
O recuo dos �ndices foi influenciado pela preocupa��o dos investidores com a desacelera��o do crescimento econ�mico global e pela acentuada liquida��o do setor de commodities, que gerou um movimento de venda de a��es de empresas do setor de mat�rias-primas, energia e industrial.
Com isso, o �ndice Dow Jones acumulou desvaloriza��o de 2,9% na semana, enquanto o S&P 500 e o �ndice da Bolsa Nasdaq registraram queda de 2,2% e 2,3%, respectivamente.
Segundo um levantamento pr�vio do �ndice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em ingl�s) do setor industrial realizado pela empresa Markit, a atividade industrial americana continua s�lida.
A pr�via do �ndice registrou leve alta em julho, para 53,8, ante 53,6 pontos registrados em junho. Segundo a Markit, o resultado deste m�s reflete um aumento na produ��o e em novos neg�cios e indica que a atividade do setor se encontra em expans�o.
Pressionadas pelo tombo no mercado de a��es chin�s - contra��o da atividade industrial chinesa e fraca atividade do setor comercial -, as Bolsas europeias fecharam a segunda-feira (27) em baixa acentuada.
O �ndice acion�rio FTSE-100, de Londres, e o DAX, de Frankfurt, recuaram 1,13% e 2,57%, respectivamente. J� o �ndice pan-europeu Stoxx 600 caiu 2,21%, tamb�m pressionado pelo impacto da liquida��o das commodities nas a��es dos setores de energia e minera��o.
Apesar da recente acelera��o do ritmo de crescimento econ�mico franc�s e da pol�tica de concess�o de empregos com base em patroc�nios estatais e est�mulos tribut�rios (para que as empresas ampliem as contrata��es) desenvolvida pelo governo de Fran�ois Hollande, o n�mero de desempregados na Fran�a cresceu em junho e bateu nova marca hist�rica. Com isso, o n�mero de pessoas que n�o possuem qualquer ocupa��o no momento subiu para 3,553 milh�es.
Junto ao aumento do n�vel de desemprego na Fran�a, a pr�via do PMI industrial registrou 49,6 pontos, o que indica que est� ocorrendo contra��o do ritmo de atividade em julho. O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que esperava 50,7 pontos nesse m�s.
Na Alemanha, o �ndice que mede a confian�a do setor industrial e comercial continuou a aumentar em julho, atingindo 108 pontos, ap�s registrar 107,5 pontos em junho. Em nota, o instituto respons�vel pela pesquisa destacou que o al�vio recente da situa��o da Gr�cia contribuiu para uma confian�a maior na economia alem�. O aumento contribui positivamente para a previs�o do banco central alem�o de que a economia registrar� expans�o de 1,5% em 2015.
Devido ao receio da poss�vel sa�da da Gr�cia da zona do euro - vivenciado durante o m�s de julho -, o PMI da zona do euro apresentou leve recuo na pr�via de julho.
O �ndice industrial da zona do euro desacelerou para 52,2, ante 52,5 pontos registrados em junho. J� o �ndice de servi�os do bloco caiu para 53,8, ante 54,4 pontos em junho. Apesar do leve recuo, a pr�via ainda indica que a regi�o segue em recupera��o, j� que a leitura acima de 50 pontos significa acelera��o da atividade dos setores.
Os mercados asi�ticos, que exerceram press�o negativa nas Bolsas europeias, tamb�m registraram queda nessa segunda-feira (27).
A Bolsa de Xangai liderou as perdas e o �ndice Xangai Composto recuou 8,48%. Esse recuo foi influenciado por dados recentes da China - queda de 0,3% dos lucros das maiores empresas industriais em junho - que sugerem que o desempenho econ�mico do pa�s continua enfrentando obst�culos ao crescimento.
Pressionados pela Bolsa de Xangai, os �ndices Hang Seng, de Hong Kong, e o Nikkei 225, de T�quio, registraram queda de 3,09% e 0,95%, respectivamente.
Al�m do recuo dos lucros das maiores empresas industriais, um levantamento preliminar da atividade da ind�stria na China indicou que o setor registrou uma maior contra��o da atividade em julho, se situando em 48,2 pontos, ap�s os 49,4 pontos registrados em julho.
Nos pr�ximos dias ser� divulgado o PIB trimestral do Reino Unido, a confian�a do consumidor dos EUA e o IPC anual da zona do euro. Al�m disso ser� realizada uma declara��o do Fomc (Comit� Federal de Mercado Aberto) na pr�xima quarta-feira (29) com respeito a decis�o da taxa de juro dos EUA.
PANORAMA BRASIL
Na semana passada a Bovespa registrou a sua pior semana de 2015, com queda acumulada de 5,92%. A semana, que come�ou mal ap�s o presidente da C�mara, Eduardo Cunha, declarar que se tornou oposi��o ao governo, piorou com o investidor embutindo no pre�o dos ativos o risco da perda do grau de investimento do pa�s. Al�m disso, o recuo foi refor�ado por fatores externos, como a alta do d�lar e pela queda das Bolsas americanas.
O d�lar comercial subiu 0,54% e encerrou a R$ 3,3638 frente ao real pelo quarto preg�o consecutivo nessa segunda-feira. O movimento de alta est� relacionado � maior preocupa��o em rela��o � China e com as incertezas no mercado local.
Ap�s cinco quedas consecutivas, a confian�a da ind�stria registrou uma pequena recupera��o em julho. O �ndice de confian�a do setor subiu 1,5%, para 69,1 pontos em julho, ap�s recuar 4,9% em junho.
Apesar da melhora, a leitura de julho representa o segundo menor n�vel desde 2005 e � insuficiente para sinalizar uma virada no humor dos empres�rios. Para Aloisio Campelo, superintendente para ciclos econ�micos do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas, a melhora n�o indica que a produ��o voltar� ao campo positivo no terceiro trimestre.
Al�m disso, as previs�es para o desempenho da economia brasileira e da produ��o industrial neste ano continuam se deteriorando e n�o sustentam uma poss�vel mudan�a de humor dos empres�rios.
A previs�o do boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, projeta uma queda maior do PIB em 2015, de 1,76%, em vez de 1,70%, como esperado anteriormente. J� no caso da produ��o industrial, a proje��o para o desempenho foi mantida em recuo de 5%.
Nos pr�ximos dias ser� divulgada a decis�o da taxa de juros e o PMI Industrial HSBC de julho.
Post em parceria com Jo�o Luiz de Cerqueira Cesar, graduando em economia pela Funda��o Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia
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