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Jornalista, assina a coluna Bras�lia. Na Folha, foi correspondente em Londres e editor interino do 'Painel'.
Todas as malas do presidente
Ueslei Marcelino - 26.jun.2017/Folhapress | ||
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O presidente Michel Temer |
BRAS�LIA - A segunda den�ncia contra Michel Temer � mais forte e mais abrangente do que a primeira, engavetada pela C�mara no m�s passado. Desta vez, o presidente � acusado de chefiar uma organiza��o criminosa que roubou os cofres p�blicos durante mais de uma d�cada.
Na flechada inicial, a Procuradoria afirmou que Temer seria o destinat�rio de R$ 500 mil entregues a um assessor. A quantia parece gorjeta diante dos valores citados na nova acusa��o submetida ao Supremo.
De acordo com a Lava Jato, o "quadrilh�o" do PMDB da C�mara embolsou mais de meio bilh�o de reais em propinas. Em valores exatos: R$ 587.101.098,48. Isso encheria quase 1.200 malas iguais � que foi filmada com Rodrigo Rocha Loures.
A bolada teria sido dividida entre Temer e seis aliados. Quatro j� foram presos: Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves e o pr�prio Loures. Outros dois est�o no Planalto: os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha.
A nova den�ncia re�ne mais provas do que a anterior. Entre elas, recibos de dep�sitos no exterior e planilhas do Drousys, o sistema secreto que registrava o repasse de propinas da Odebrecht. A pe�a � refor�ada pela dela��o de L�cio Funaro, o doleiro que entregou um "pacote" ao melhor amigo do presidente.
O Planalto j� se arma para a nova batalha na C�mara. � primeira vista, o cen�rio parece indicar outra vit�ria do governo. Temer conseguiu enterrar a den�ncia por corrup��o passiva com 263 votos, quase uma centena a mais que os 172 necess�rios.
Contam a seu favor o sil�ncio das ruas, o apoio do empresariado e o desejo de "estancar a sangria" causada pela Lava Jato, que une pol�ticos de todos os grandes partidos.
No entanto, alguns fatores podem abrir caminho para uma zebra. Entre eles, a amea�a de uma dela��o de Geddel e o clima de insatisfa��o na bancada governista. Os homens do presidente est�o indo em cana, mas a demanda por malas s� aumenta.
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