� empres�rio, diretor-presidente da CSN, presidente do conselho de administra��o e 1� vice-presidente da Fiesp. Escreve �s ter�as, a
cada duas semanas.
Escolhas
Dados do primeiro trimestre indicam que a economia brasileira continua a viver momentos dram�ticos. Depois da queda abrupta do PIB no ano passado, de quase 4%, caminha agora para um resultado ainda pior em 2016.
A consequ�ncia mais assustadora da recess�o � o desemprego. H� hoje cerca de 11,1 milh�es de pessoas desempregadas no pa�s, muitos pais de fam�lia. E a queda do emprego persiste em ritmo alarmante, provocando redu��o de renda, que leva � conten��o do consumo e ao aumento da recess�o.
� urgente parar essa bola de neve que vem tirando mensalmente do mercado de trabalho mais de 100 mil pessoas, o que exige medidas corajosas. Ningu�m consegue entender, por exemplo, como � poss�vel que seja mantida uma taxa b�sica de juros de 14,25% ao ano numa situa��o como essa vivida no pa�s.
Houve na semana passada uma oportunidade para que esse absurdo brasileiro come�asse a ser corrigido com a diminui��o da taxa Selic, mostrando um sinal positivo. Mas a oportunidade foi outra vez perdida.
Nesse cen�rio, vai ser votado na pr�xima semana o afastamento da presidente da Rep�blica por 180 dias. Com Dilma ou sem Dilma, ter� de haver um governo renovado nos pr�ximos dias, que ser� desafiado a fazer uma escolha: ou atende aos reclamos do setor produtivo, que pede a redu��o de juros, a volta do cr�dito e o est�mulo ao investimento e ao consumo, ou acata, como se vem fazendo, o discurso do setor financeiro.
A escolha vai ficar clara quando o governo, seja com Dilma Rousseff ou com Michel Temer, nomear a nova equipe econ�mica, nos v�rios minist�rios da �rea, no Banco Central, no BB, na Caixa e no BNDES. Se a escolha for pela ortodoxia neoliberal, o foco principal estar� na austeridade fiscal, com vistas a equilibrar rapidamente as contas p�blicas e a deixar para resolver os problemas da recess�o e do desemprego no longo prazo.
Foi o que se fez no ano passado, no in�cio do segundo mandato da presidente Dilma, com tentativa de aumento de impostos, cortes de gastos e reajuste abrupto (e n�o escalonado no tempo) de tarifas p�blicas que estavam defasadas. Deu tudo errado: a infla��o subiu, a recess�o se aprofundou e as receitas p�blicas desabaram, aumentando o desequil�brio das contas da Uni�o e dos Estados.
Se por outro lado a escolha recair sobre nomes da corrente menos conservadora, poderemos esperar um combate imediato � recess�o e uma busca do equil�brio de contas no m�dio e longo prazo, com corte de gastos correntes e preserva��o de investimentos.
O equil�brio fiscal � necess�rio, mas n�o d� para achar que tudo se resolve com isso num cen�rio como o atual, de mais de 11 milh�es de desempregados. Ser� necess�rio agir com urg�ncia, por exemplo, para reabrir as portas do cr�dito ao setor privado, que est� quase totalmente travado –a economia n�o vai retomar seu ritmo sem esse destravamento. E tamb�m aperfei�oar de imediato o processo de concess�es p�blicas.
De outra parte, a pior op��o que se apresenta neste momento � a de aumentar impostos, seja pela ressurrei��o da CPMF, seja pela majora��o de al�quotas. O resultado disso seriam mais recess�o e menos receitas p�blicas. O problema fiscal s� poder� ser resolvido com o aumento de arrecada��o decorrente da volta do crescimento da economia e do emprego, e n�o com a eleva��o da j� pesada carga tribut�ria.
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