� empres�rio, diretor-presidente da CSN, presidente do conselho de administra��o e 1� vice-presidente da Fiesp. Escreve �s ter�as, a
cada duas semanas.
Pra frente, Brasil!
Perde o sono quem se debru�a a avaliar os in�meros problemas globais deste in�cio de ano. Ao mau humor brasileiro somam-se avalia��es bastante pessimistas sobre o comportamento da economia mundial.
Para o Brasil, a m� not�cia, pior de todas, � o desaquecimento da China, o grande consumidor de commodities industriais e agr�colas. O crescimento da economia da China, de 6,9% em 2015, ainda � robusto quando comparado com os dos demais pa�ses emergentes ou desenvolvidos, mas est� longe do conhecido "ritmo chin�s" dos �ltimos 25 anos, quase sempre em �ndices de dois d�gitos.
O desaquecimento da demanda chinesa derruba o pre�o das mat�rias-primas, desde o petr�leo at� os metais e as commodities agr�colas.
No caso do petr�leo, a estrat�gia dos grandes produtores, que visa a inviabilizar a concorr�ncia de outras fontes de energia, levou o pre�o a n�veis inacreditavelmente baixos. Desde junho de 2014, em pouco mais de um ano e meio, portanto, a cota��o do barril de petr�leo caiu 70%, de US$ 110 para US$ 30.
Nesse cen�rio, as petrol�feras, entre elas a Petrobras, j� adiaram quase 70 projetos de explora��o ao redor do mundo, o que levou a um corte de investimentos de quase de US$ 400 bilh�es no ano passado.
O efeito petr�leo se espalha por todas as cadeias globais. A Europa patina, os emergentes perdem posi��es e s� a economia americana ainda vai bem.
Al�m disso, h� uma s�rie de problemas geopol�ticos, sendo o principal deles o grande n�mero de imigrantes do Oriente M�dio que buscam ref�gio na Europa.
Nesse contexto se enquadra o Brasil, com seus velhos problemas internos –tributa��o elevada, juros exorbitantes, burocracia, baixa produtividade e corrup��o–, agravados por crise pol�tica e polariza��o ideol�gica.
O que fazer? Como voltar a crescer e a criar empregos?
Ningu�m tem f�rmula m�gica, mas � preciso agir. N�o d� para o pa�s aguardar sentado a melhora das condi��es globais.
A desvaloriza��o do real, uma das maiores entre as moedas emergentes, j� come�ou a ajudar as exporta��es. � indispens�vel incentiv�-las ainda mais, especialmente nas �reas em que o pa�s � competitivo, como em produtos agroindustriais. N�o se pode esperar, por�m, que a recupera��o da economia venha apenas do impulso exportador. At� porque, segundo todas as previs�es, a demanda global vai se retrair ainda mais no curto prazo com a queda do petr�leo.
� obrigat�rio, portanto, olhar para o vasto mercado interno, com mais de 200 milh�es de consumidores. Reativ�-lo � poss�vel, apesar do pessimismo e das cr�ticas injustas ao modelo adotado na crise de 2008. � obrigat�rio tamb�m retomar investimento em infraestrutura e constru��o, grandes geradores de emprego.
A receita para reaquecer o consumo interno passa pelo cr�dito. �s fam�lias endividadas e inadimplentes pode ser oferecida a renegocia��o dos empr�stimos com juros civilizados. E �s empresas combalidas, refinanciamentos para que possam levantar e andar.
Os juros civilizados s�o fundamentais. Na semana passada prevaleceu o bom senso, quando o Banco Central abortou uma eleva��o da Selic. Um pa�s arrasado pela recess�o n�o pode aumentar sua taxa b�sica de juros, a menos que queira ser motivo de chacota global.
Por fim, o pa�s precisa de um choque de confian�a, que poderia vir da apresenta��o de um plano de reformas, h� muito esperadas, ao Congresso.
Livraria da Folha
- Cole��o "Cinema Policial" re�ne quatro filmes de grandes diretores
- Soci�logo discute transforma��es do s�culo 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade