� empres�rio, diretor-presidente da CSN, presidente do conselho de administra��o e 1� vice-presidente da Fiesp. Escreve �s ter�as, a
cada duas semanas.
Confian�a
Arrefeceu nos �ltimos dias a onda ou campanha em favor da troca do ministro da Fazenda. Menos mal, porque n�o fazia e n�o faz nenhum sentido propor uma mudan�a simplesmente para criar um fato novo.
Uma substitui��o nesse que � o principal cargo da gest�o econ�mica do pa�s n�o pode ocorrer sem que o novo ministro assuma algum tipo de compromisso. Se n�o for assim, trocar para qu�?
A economia se deteriorou de forma muito r�pida desde o in�cio do ano. Nessa conjuntura de crise cada vez mais profunda, cabe a toda a sociedade discutir as obriga��es de um eventual novo ministro da Fazenda. Tenho meus palpites. Em resumo, sua principal tarefa, al�m de cuidar do equil�brio das contas p�blicas, e promover, seria a de restabelecer a confian�a.
� impressionante o sil�ncio da classe empresarial produtiva a respeito desse assunto. A ind�stria encolhe m�s a m�s, o pa�s perde cerca de 190 mil empregos a cada 30 dias, h� 9 milh�es de pessoas desempregadas e a recess�o atinge 3%. J� se d� como certa uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 2% no ano que vem. Apesar disso, n�o se move uma �nica palha para mudar a tend�ncia.
Em vez disso, prepara-se a substitui��o de um ministro da Fazenda origin�rio do mercado financeiro por outro tamb�m ligado ao mercado financeiro. Ser� que � hora de entregar o cargo a mais um ministro dessa �rea?
Claro que n�o. O novo ministro, se houver a troca, ter� de representar os v�rios setores da economia. � muito importante, por exemplo, que ele olhe para agroneg�cios, com�rcio, servi�os e em especial para a ind�stria, em processo de aniquilamento, e que consiga dialogar e firmar alian�as com a classe pol�tica, para que suas propostas tenham chance de aprova��o quando chegarem ao Congresso Nacional.
E n�o adianta criticar os deputados e os senadores e cham�-los de irrespons�veis porque n�o aprovam todas as medidas de ajuste fiscal, por exemplo. Eles votam politicamente, e n�o h� como ser diferente. Precisam ser convencidos de que os sacrif�cios muitas vezes exigidos por pol�ticas de austeridade ser�o recompensados mais � frente, n�o em longo prazo, porque no longo prazo, como dizia John Maynard Keynes, estaremos todos mortos.
Que o eventual novo ministro n�o venha com esse discurso �nico de ajuste fiscal, porque isso � depressivo e s� leva o pa�s para o buraco. O equil�brio das contas p�blicas n�o pode ser uma pol�tica de governo. � uma responsabilidade b�sica de qualquer governo.
As pessoas normais entendem isto muito bem: ningu�m pode gastar durante todo o tempo mais do que ganha e isso vale para indiv�duos, fam�lias, empresas e governos.
A atua��o de um ministro de pa�s emergente deve ir al�m do compromisso com o equil�brio fiscal. Precisa incluir um plano de crescimento da economia, investimentos e cria��o de empregos.
Al�m disso, o ministro tem a obriga��o de propagandear seu plano, mostrar que acredita nele, para transmitir e sonhar confian�a. Nos momentos dif�ceis, muito mais do que em �pocas de bonan�a, � necess�rio adotar um discurso otimista, de f� no crescimento econ�mico e no desenvolvimento.
Essa palavra –confian�a– h� algum tempo desapareceu dos discursos oficiais.
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