� empres�rio, diretor-presidente da CSN, presidente do conselho de administra��o e 1� vice-presidente da Fiesp. Escreve �s ter�as, a
cada duas semanas.
Agir com per�cia
Ningu�m pode negar, o pa�s precisa melhorar seu desempenho fiscal. Embora os �ndices atuais dessa �rea n�o sejam nada destoantes dos de outros grandes pa�ses, a tend�ncia de aumento do deficit nas contas p�blicas preocupa e deve ser revertida para que n�o traga problemas no futuro pr�ximo.
Como brasileiro e empres�rio, tor�o para que a nova equipe econ�mica do governo tenha �xito em seu trabalho. O pa�s tem urg�ncia em reduzir fortemente os gastos de governo em v�rias �reas, inclusive despesas desnecess�rias, como seguro-desemprego para quem est� empregado. N�o faz sentido gastar mais de R$ 50 bilh�es por ano com pagamento desse benef�cio em uma economia que opera a pleno emprego.
A execu��o dos cortes, por�m, exige cuidado para que n�o prejudique investimentos tanto p�blicos quanto privados, que precisam ser estimulados.
H� uma constata��o geral elementar neste momento: a economia est� estagnada e amea�a entrar em recess�o. Se a nova equipe econ�mica, num �mpeto inicial, promover um rigoroso e irrestrito ajuste fiscal e monet�rio, com aumento dos juros para um n�vel ainda maior que os atuais 11,25%, certamente o pa�s entrar� em processo recessivo de consequ�ncias imprevis�veis.
A sociedade brasileira evoluiu muito e conta com instrumentos de mobiliza��o eficientes. As manifesta��es de junho de 2013 s�o uma amostra do que pode acontecer em casos de descontentamentos sociais. Um ajuste impiedoso e em dose dupla, no fiscal e no monet�rio, levar� a um quadro de desemprego elevado, como j� tivemos em passado recente, e ter� potencial de sobra para reacender as manifesta��es.
Preocupam previs�es de que a nova equipe econ�mica do governo pretende diminuir o papel do BNDES e elevar a TJLP, a taxa de juros cobrada nos empr�stimos para investimentos, hoje em 5% ao ano. N�o h� nada de errado com o BNDES. Ao financiar investimentos produtivos com juros mais baixos, o banco compensa em parte a enorme desvantagem das empresas brasileiras nessa mat�ria. Em todo o mundo, o investimento � financiado a juro zero. Erradas e absurdas s�o as taxas de mercado cobradas no Brasil.
A ind�stria precisa urgentemente de moderniza��o do seu parque fabril, com a troca de m�quinas e equipamentos para ganhar competitividade internacional. E isso s� ser� poss�vel com financiamento de longo prazo do BNDES e com juros equivalentes aos do mercado externo, muito inferiores aos exorbitantes 11,25% da Selic brasileira.
Mesmo com as atuais condi��es de cr�dito do BNDES, a ind�stria est� em marcha a r� em mat�ria de investimentos. Em 2010, segundo estudo da Fiesp, 46% dos recursos do banco iam para a ind�stria. No primeiro semestre deste ano, esse �ndice caiu quase � metade, para 25%.
� fundamental a retomada de investimentos da ind�stria nacional. Al�m de perder participa��o relativa no PIB, o setor de produ��o de manufaturados perdeu espa�o no mercado dom�stico para itens importados. No ano passado, mostrou o estudo da Fiesp, 89% do crescimento do consumo foi apropriado por produtos fabricados no exterior.
Tamb�m � poss�vel prover mais efici�ncia � arrecada��o de impostos. A Fiesp promoveu recentemente um semin�rio sobre pirataria. Vimos ali que o impacto da produ��o pirata na receita governamental e no faturamento das empresas � mais importante do que se imagina.
A comercializa��o de produtos falsificados movimenta no pa�s um valor igual ao PIB da Col�mbia, R$ 782 bilh�es por ano, o que afeta toda a cadeia produtiva. Al�m do preju�zo dado �s empresas pela concorr�ncia desleal, o pa�s perde anualmente cerca de R$ 100 bilh�es em impostos n�o cobrados.
H� um mundo paralelo na economia, praticamente impune, que fabrica ilegalmente quase tudo, de cigarros a bebidas, passando por roupas de grifes nacionais e estrangeiras, autope�as e outros produtos industriais. Al�m de cortes de gastos, � poss�vel buscar receitas bilion�rias para o Estado e incentivar a ind�stria se houver um eficiente combate � pirataria e � sonega��o.
A nova equipe econ�mica tem a obriga��o, portanto, de agir com per�cia para n�o atingir a demanda, os investimentos e, em consequ�ncia, o emprego.
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