Há uma invasão de patinetes elétricas. O negócio começou em cidades dos Estados Unidos e da Europa e atingiu o Brasil. No Rio, elas são mais numerosas no Centro, região que conta com quase 80 estações de compartilhamento, e em bairros da zona sul: Botafogo, Copacabana, Ipanema e Leblon. Ainda não chegaram às mui esburacadas ruas e calçadas dos subúrbios.
Já íntimas, são chamadas de “verdinhas”. Têm como desculpa a opção prática de deslocamento e são menos poluentes que o automóvel ou a motocicleta. Parece um transporte barato, mas não é bem assim. Dependendo da empresa, a viagem de um minuto pode custar R$ 3, mais R$ 0,50 por minuto extra. Para dar o gostinho ao freguês, a primeira corrida, de dez minutos, sai de graça.
Se você tem um celular (e quem não tem?), é fácil aderir ao modismo. Para fazer o desbloqueio do veículo, basta baixar o aplicativo, preencher um cadastro, vincular um cartão de crédito à conta e escanear o código que fica debaixo do guidão. Depois, é só sentir o vento batendo no rosto na avenida Rio Branco ou na praça Mauá. Pura modernidade em equilíbrio precário.
Cuidado: a velocidade da bichinha chega a 20km/h. Um cronista, que vinha flanando pela rua Visconde de Pirajá em busca de assunto, escapou por pouco de ser atropelado. E uma moça machucou o belo nariz ao levar um tombo nos trilhos do VLT, onde, aliás, é proibido trafegar. A circulação está autorizada em ciclovias, ciclofaixas e —ai de nós, pedestres— nas calçadas.
Será mais uma moda passageira, como bambolês, ioiôs e cubos mágicos? Ou, na esteira dela, poderão surgir mais alternativas ecologicamente corretas de mobilidade urbana? Se eu pudesse, promovia a volta do rolimã, que é uma espécie de primo mais esperto da patinete. Além de trazer à memória os versos do samba de Moacyr Luz e Aldir Blanc: “Eu sou rolimã numa ladeira/ Não tenho o vício da ilusão”.
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