O módulo lunar japonês da ispace estava previsto para pousar na Lua nesta terça (25), mas provavelmente a empreitada não deu certo. Alguns dias antes, no entanto, a sonda fez imagens quando ainda não tinha iniciado a descida ao solo lunar. Elas foram divulgadas na transmissão ao vivo que a empresa fez da operação.
A nave contava com duas câmeras acopladas em sua estrutura: uma da própria ispace e outra da empresa canadense Canadensys. Ambos os equipamentos vinham fazendo registros experimentais desde dezembro, quando a sonda japonesa foi lançada. Se tivesse pousado de maneira adequada, novas fotos seriam registradas direto da Lua.
Uma das fotos capturadas ainda em órbita foi do eclipse solar que ocorreu na última quinta (20). O fenômeno foi restrito à Oceania e, de forma parcial, a uma parcela do sudeste Asiático. Do tipo misto, esse eclipse é considerado mais raro, pois pode ser visto de forma total, quando a Lua cobre totalmente o Sol, ou anelar, que consiste em uma cobertura parcial da estrela.
De praxe, a visualização de um eclipse pode ser somente de um desses dois tipos. No caso do misto, uma pessoa pode observar como se fosse total ou anelar a depender da localidade em que se encontra dentro da zona máxima do fenômeno.
Com a imagem da ispace, é possível ver um ponto preto sob a Terra no momento em que o fenômeno aconteceu. "Nós tiramos essa fotografia durante o eclipse solar. É muito interessante ver esse tipo de fenômeno não [da nossa perspectiva], mas da órbita da Lua", afirmou um dos funcionários da ispace na transmissão ao vivo.
Outra imagem capturada pela sonda foi de um vídeo da superfície da Lua. Segundo explicado durante a transmissão, uma pequena parte amarelada na porção inferior do vídeo é da própria sonda.
O resto da captura mostra o solo lunar. Pode-se observar partes iluminadas e outras cobertas de sombras. Só é possível visualizar essas diferenças de forma tão nítida a uma altitude de 100 km, que era onde a nave se localizava antes do pouso, porque a Lua não tem atmosfera.
Por último, uma terceira foto mostra parte da Lua e, ao fundo, o planeta Terra.
Afinal, pousou ou não pousou?
O objetivo da ispace era realizar um pouso suave na superfície da Lua e se tornar a primeira empresa privada a fazer isso. Se o procedimento tivesse corrido conforme o previsto, o Japão se tornaria a quarta nação a alcançar o feito –os outros três são EUA, Rússia e China, todas por agências públicas.
Mas, nos momentos finais da operação, a ispace perdeu o contato com a sonda. A empresa investigou o que poderia ter ocorrido e, depois de algumas horas, admitiu que muito provavelmente a Hakuto-R, como era chamada a missão, realizou um pouso forçado.
O pouso suave era a nona etapa entre dez, conforme pode ser visto abaixo.
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