Estudo acha genes de c�es que podem facilitar sua intera��o com o homem
Mia Persson/Divulga��o | ||
Beagle participa de experimento em universidade sueca |
Pesquisadores da Su�cia identificaram pela primeira vez regi�es do genoma dos c�es dom�sticos que podem estar ligadas ao relacionamento especial que esses bichos t�m com o ser humano. S�o trechos do DNA que, provavelmente n�o por acaso, tamb�m parecem ser importantes para o comportamento social das pessoas.
O estudo da Universidade de Link�ping usou um plantel de quase 200 beagles (a ra�a do mundialmente famoso Snoopy), o que facilita a busca por associa��es entre DNA e comportamento –como os cruzamentos da ra�a s�o controlados h� tempos, os bichos possuem relativa homogeneidade gen�tica.
Al�m disso, os c�es foram criados de forma altamente padronizada, sem que os humanos do canil da universidade dessem aten��o especial a um ou outro indiv�duo, o que tamb�m ajudou nos testes. A pesquisa est� na revista cient�fica "Scientific Reports".
Antes de chegar ao genoma dos beagles, por�m, a equipe liderada por Per Jensen fez uma an�lise comportamental dos bichos. Hoje, � consenso entre os que estudam a evolu��o dos c�es que um dos grandes diferenciais da esp�cie em rela��o a seus parentes selvagens, como os lobos, � a capacidade de prestar aten��o em seus donos humanos e interagir com eles. Isso permite, por exemplo, que os cachorros "leiam" sinais comunicativos tipicamente humanos, como a diferen�a do olhar ou gestos.
AJUDA COM A TAMPA
Por isso, as quase duas centenas de beagles do estudo foram submetidas a um teste simples, no qual guloseimas apreciadas pelos c�es eram colocadas debaixo de uma tampa de acr�lico. No experimento havia tr�s tampas. Em duas delas, o c�o conseguia mover o anteparo de acr�lico sozinho e comer o quitute, mas a terceira tampa estava fixada no ch�o.
A ideia era ver quais beagles, diante desse impasse, procurariam ajuda humana, olhando para os pesquisadores (literalmente com cara de cachorrinho pid�o) ou indo at� eles. Em tese, tais bichos teriam mais chance de carregar variantes gen�ticas que os predisp�em a interagir com humanos. No experimento, os cientistas tamb�m mediram quanto tempo os cachorros demoravam para procurar ajuda humana e quanto tempo ficavam chamando a aten��o da equipe do laborat�rio.
Pr�ximo passo: uma an�lise ampla do genoma dos bichos, baseada na identifica��o de um conjunto de SNPs (polimorfismos de nucleot�deo �nico; pronuncia-se "snips"). S�o varia��es de uma �nica "letra" qu�mica de DNA (certo trecho do genoma pode ter a letra C num ind�viduo e a letra A em outro, digamos) que, quando examinadas em conjunto, podem dar pistas sobre a variabilidade gen�tica de uma esp�cie.
No caso, a ideia era verificar se as diferen�as de comportamento –mais ou menos intera��o com humanos – estavam associadas a determinados conjuntos de SNPs. De fato, foi o que aconteceu –e alguns desses SNPs se localizam em regi�es de determinados genes.
O mais relevante deles, segundo os pesquisadores, � conhecido como SEZ6L, e estudos parecidos em pessoas mostraram que h� uma associa��o entre varia��es na vers�o humana desse gene e comportamentos do chamado espectro do autismo.
O espectro autista se caracteriza, entre outras coisas, pela dificuldade de intera��o social e de compreens�o das inten��es de outras pessoas. Ou seja, certas formas do gene em c�es poderiam torn�-los mais propensos a intera��es sociais, enquanto outras fariam deles indiv�duos menos soci�veis, a exemplo do que ocorre na nossa esp�cie.
Livraria da Folha
- Cole��o "Cinema Policial" re�ne quatro filmes de grandes diretores
- Soci�logo discute transforma��es do s�culo 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade