Bangue-bangue vai continuar no Rio ap�s fim da interven��o federal

In�cio da noite de sexta-feira 23 de novembro. Uma adolescente de 15 anos morre ao ser atingida por uma bala perdida na pra�a Seca, zona oeste do Rio. Ela foi acertada no rosto quando caminhava ao lado da m�e e do irm�o de oito anos na principal avenida de uma regi�o que virou palco quase di�rio de confrontos entre traficantes e milicianos.

Horas depois, dois idosos, duas crian�as e uma mulher viraram as novas v�timas da viol�ncia do estado. Eles foram feridos enquanto aguardavam na porta de uma igreja a chegada da noiva para o casamento. Segundo testemunhas, o tiroteio teve in�cio ap�s policiais come�arem uma persegui��o a um motociclista no bairro suburbano.

Os dois epis�dios n�o foram raros em 2018 e ocorreram quando a interven��o federal na Seguran�a P�blica do Rio j� contava mais de nove meses. De acordo com o decreto assinado pelo presidente Michel Temer, as tropas federais deixar�o as ruas do estado no dia 31 de dezembro. O novo governador Wilson Witzel (PSC) tentou manter o Ex�rcito no comando, mas o presidente eleito, Jair Bolsonaro, j� avisou que n�o vai prorrogar a perman�ncia da interven��o.

Nesse per�odo, o morador do estado assistiu ao vaiv�m das tropas pela regi�o tur�stica da capital e � viol�ncia crescer. Segundo dados do ISP (Instituto de Seguran�a P�blica), as mortes decorrentes de letalidade violenta (homic�dio doloso, homic�dio decorrente de interven��o policial, roubo seguido de morte e les�o corporal seguida de morte) somam 4.491 casos de mar�o a outubro em 2018. Foram 4.380 mortes no mesmo per�odo em 2017.

As for�as de seguran�a tamb�m mataram mais. Nos oito primeiros meses do projeto, or�ado em R$ 1,2 bilh�o pelo governo federal, 1.049 supostos criminosos ca�ram em confrontos -40% a mais que no ano anterior. Como se n�o bastassem tantas mortes, at� quinta (13) os militares n�o haviam conseguido esclarecer a mais emblem�tica: a da vereadora Marielle Franco (PSOL), executada em mar�o.

O general Braga Netto, nomeado por Temer, defende o sucesso da miss�o. Ele informou que crimes como roubos de carga e ao com�rcio ca�ram quase 30% em compara��o a 2017.

Apesar da op��o pelo confronto n�o ter se mostrado a melhor estrat�gia, Witzel, referendado pelo apoio dos seus eleitores, defende que autorizar� o "abate" de criminosos. S� n�o explica como. At� agora, a �nica certeza para 2019 � que o bangue-bangue vai continuar e mais inocentes morrer�o no Rio.

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