Bolsonaro convocou ato da Paulista no dia em que entrou na embaixada da Hungria
Jornal The New York Times mostrou imagens sobre permanência do ex-presidente por dois dias na representação diplomática
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pouco antes de entrar na embaixada da Hungria em Brasília, no dia 12 de fevereiro, convocou apoiadores para o ato na avenida Paulista em seu apoio.
Reportagem do jornal New York Times revelou, nesta segunda-feira (25), vídeos do sistema de segurança da embaixada mostrando que Bolsonaro permaneceu na missão diplomática por dois dias após uma operação da Polícia Federal que apreendeu seu passaporte.
De acordo com as imagens, o carro do ex-chefe do Executivo entra na representação diplomática às 21h37.
Horas antes, por volta das 19h, Bolsonaro começou a divulgar entre apoiadores um vídeo convocando para a manifestação na avenida Paulista.
No vídeo, o ex-presidente pedia que não levassem faixas e cartazes contra ninguém e falava em ato de apoio ao que chamava de "Estado democrático de Direito".
"Nesse evento eu quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas à minha pessoa nos últimos meses", afirmou.
Nas redes sociais de Bolsonaro, o vídeo foi publicado às 20h33. Na manifestação do dia 25, Bolsonaro reuniu milhares de apoiadores e fez um discurso no qual maneirou a conhecida agressividade contra o STF (Supremo Tribunal Federal), disse buscar a pacificação do país e pediu anistia aos presos pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023.
Quatro dias antes, a Polícia Federal havia apreendido o passaporte de Bolsonaro, no âmbito de uma investigação que apura uma trama golpista liderada pelo ex-presidente para mantê-lo no poder apesar da derrota eleitoral para Lula (PT).
Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.
Bolsonaro ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre esses crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar uma operação que mirou seus aliados em 8 de fevereiro.
O ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é alvo de diferentes outras investigações no STF (Supremo Tribunal Federal). Neste momento, ele está inelegível ao menos até 2030.
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