Mãe de assessor do premiê do Japão reclama de gafe do filho durante visita a Biden
Seiji Kihara ficou com as mãos nos bolsos enquanto Fumio Kishida falava de fortalecer laços entre Tóquio e EUA
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O premiê do Japão, Fumio Kishida, fez uma série de visitas a cinco países ocidentais entre os dias 9 e 14 de janeiro: foi à França, depois à Itália, ao Reino Unido, ao Canadá e aos EUA. Na agenda, reuniões com líderes e autoridades dos países anfitriões, incluindo o presidente americano, Joe Biden —uma demonstração de unidade ante a crescente militarização da China.
Foi, porém, a postura de um dos membros da comitiva durante a passagem por Washington o que chamou a atenção de parte dos japoneses. Seiji Kihara, vice-chefe de gabinete do premiê, foi filmado com as mãos nos bolsos da calça durante um pronunciamento de Kishida sobre seu desejo de aproximação com Biden.
A casualidade em um momento sério da diplomacia japonesa foi vista como uma gafe e rendeu a Kihara críticas nas redes sociais e até uma bronca familiar. Em entrevista a um canal no YouTube, o político de 52 anos contou ter recebido uma ligação em que a mãe dele, furiosa, disse que estava envergonhada. Ela sugeriu que o filho costurasse os próprios bolsos para não repetir o gesto.
O ato ocorreu em 13 de janeiro, enquanto Kishida concedia uma entrevista do lado de fora da Blair House, a residência oficial para convidados do presidente dos EUA. Trechos da gafe de Kihara publicados nas redes sociais mostram o político com as mãos nos bolsos e olhando para cima enquanto o primeiro-ministro fala. Depois, ele ajusta a calça na cintura, estica o paletó e cruza as mãos na frente do corpo, em postura de concentração entre um e outro gesto de assentimento às falas do chefe.
O detalhe teria passado despercebido, mas foi publicado pelo perfil no Twitter do jornal Asahi Shimbun. Nos comentários do post, usuários acusaram Kihara de falta de educação. No YouTube, com bom humor, ele se defendeu dizendo que costuma caminhar com as mãos nos bolsos e que estava concentrado em transmitir as relações amigáveis entre Japão e EUA.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o japonês não é o primeiro político criticado por manter as mãos nos bolsos em eventos públicos. No ano passado, o então premiê britânico Boris Johnson foi admoestado por ficar observando líderes se cumprimentando numa cúpula da Otan enquanto mantinha a mesma postura.
Também no Japão, em 2019, usuários nas redes sociais reagiram mal a um gesto da governadora de Tóquio, Yuriko Koike. Ao entregar uma medalha para o vencedor de uma maratona, ela colocou as mãos nos bolsos de sua jaqueta. "Se suas mãos estão muito geladas para ficar fora dos bolsos, então use luvas", dizia um comentário no Twitter.
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