Nicarágua deixa OEA e fecha escritório da entidade no país
Anúncio ocorre um mês após representante permanente chamar governo Ortega de ditadura
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O governo do ditador Daniel Ortega fechou neste domingo (24) o escritório da Organização dos Estados Americanos (OEA) na Nicarágua e adiantou sua saída da organização, algo que já havia anunciado em novembro de 2021.
O anúncio foi feito pelo chanceler do país, Denis Moncada, em carta lida em uma transmissão oficial. A Nicarágua deixa imediatamente de participar da OEA e retira as credenciais de seus representantes em Washington. "Tampouco essa organização infame, consequentemente, terá escritórios em nosso país. Sua sede local foi fechada."
Moncada acrescentou ainda que o país deixa de fazer parte "de todos os mecanismos enganosos desta aberração, seja Conselho Permanente, sejam comissões, sejam reuniões, seja a Cúpula das Américas". "Não teremos presença em nenhuma das instâncias desse instrumento diabólico da mal chamado OEA", assegurou.
A saída ocorre poucas semanas depois de o então representante permanente da Nicarágua junto à OEA, Arturo McFields, surpreender durante seu discurso em uma sessão do conselho permanente em que descreveu o governo de Ortega como uma "ditadura" e denunciou as condições precárias em que seus opositores estavam presos.
Os escritórios da entidade "estiveram historicamente em nosso país e fizeram parte de um processo histórico de pacificação na Nicarágua. Foram fechados escritórios que representam os acordos de paz na Nicarágua. O governo está fechando uma porta para a paz", disse McFields.
Conforme detalhado por McFields, os escritórios da OEA em Manágua atualmente funcionavam com uma equipe administrativa básica.
O governo de Ortega, um ex-guerrilheiro de 76 anos no poder desde 2007, havia anunciado no fim do ano passado a retirada da Nicarágua da OEA, que não reconheceu sua eleição para um quarto mandato consecutivo, com seus rivais e opositores presos e acusados de conspirar contra ele.
A saída, no entanto, deveria ocorrer no prazo de dois anos, para que a Nicarágua pudesse cumprir os compromissos pendentes que pudesse ter com a organização, de acordo com os protocolos da OEA.
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