Covid-19 deteriora cenário e sinaliza recessão
Em menos de um mês, principais indicadores de crescimento, geração de riqueza e confiança degringolam no Brasil
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Neste mês, as Bolsas globais entraram no que os especialistas chamam de "bear market" (mercado do urso, numa tradução livre).
Entre analistas, a figura do urso é uma alusão ao movimento do mercado que derruba o preço dos ativos –ao contrário do touro "bull market", símbolo de Wall Street, que lança os preços para cima.
Uma Bolsa entra em bear market quando cai 20% abaixo do seu recorde recente.
Em menos de um mês, foi como se um imenso urso abraçasse e derrubasse não apenas a Bolsa brasileira mas também os principais indicadores da economia nacional.
O PIB (Produto Interno Bruto) é um exemplo dramático dessa deterioração veloz das expectativas.
Na virada do ano, em um momento de otimismo, economistas de grandes bancos chegaram a projetar crescimento de 2,5% para o PIB em 2020.
Desde a Quarta-Feira de Cinzas, porém, após a divulgação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, as estimativas sofrem sucessivas revisões, sempre para baixo.
Já se fala em volta da recessão.
Nas semana que passou, bancos internacionais tomaram a frente nos cortes mais dramáticos, anunciando estimativas de contração econômica na casa de -1% para o ano.
O banco americano JPMorgan espera que a economia brasileira sofra um baque da ordem de -10% no segundo trimestre.
Na sexta-feira (20), quando já estava claro que o país segue firme para vivenciar o surto da doença, o governo se rendeu e também fez sua revisão. Passou a considerar um diminuto avanço de 0,02%, praticamente zero. O Itaú Unibanco seguiu os pares estrangeiros e reduziu a projeção de +1,8% para -0,7%.
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