Beethoven, que influencia música até hoje, é tema de temporada da Osesp
As apresentações marcam ainda a estreia do novo diretor musical e regente titular da orquestra, o suíço Thierry Fischer
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A entrada da década de 1820 encontrou Ludwig van Beethoven em surdez avançada e no auge de sua capacidade criativa. Entre 1818 e 1824, ele trabalhou nas quatro últimas sonatas para piano, na "Nona Sinfonia" e na "Missa Solemnis". É essa grandiosa obra, um dos ápices de sua produção, que abre a temporada 2020 da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), nesta quinta-feira (5).
A temporada tem como tema o próprio Beethoven, celebrado em 2020 por conta dos 250 anos de nascimento.
“Estritamente falando, Beethoven não precisa ser trazido para a contemporaneidade, porque nunca deixou de ser ouvido, já lá se vão mais de dois séculos”, diz o diretor artístico da orquestra Arthur Nestrovski. “Considerando também a influência dele sobre sucessivas gerações de compositores, não será exagero dizer que ele, mais que qualquer outro, definiu certos modos de pensar a música que continuam vigentes”, completa.
Ao longo do ano, serão apresentadas todas as sinfonias de Beethoven (a “Nona” encerrou a temporada 2019), sonatas, peças corais, concertos para piano e violino e os últimos quartetos de cordas.
Obras inspiradas em Beethoven, escritas por autores dos séculos 20 e 21, completam a homenagem. Outros destaques incluem a presença do violista francês Antoine Tamestit e do compositor australiano Brett Dean, respectivamente artista em residência e compositor visitante; a estreia mundial de quatro obras e a latino-americana de outras quatro.
No total, a temporada 2020 terá 105 concertos sinfônicos e 27 da câmara e do coro da Osesp.
As apresentações desta semana marcam ainda a estreia do novo diretor musical e regente titular da orquestra, o suíço Thierry Fischer, que substitui a americana Marin Alsop.
Fischer, que tem ensaiado a orquestra desde segunda-feira (2) para a estreia nesta quarta, disse que se sentia “muito feliz” em sua nova casa (a Sala São Paulo).
“Tenho a impressão de que nessa primeira temporada eu e os músicos iremos nos conectar para realizar um desejo em comum: a busca da excelência. E excelência não é um fim, é uma porta: quando você pensa que chegou, apenas começou. Tenho uma visão muito clara de como quero trabalhar com esses músicos maravilhosos”, afirmou ele.
Para o maestro, a "Missa Solemnis" é uma obra moderna, que fala diretamente aos ouvintes atuais. “Ela reflete todos os problemas que Beethoven atravessava: suas lutas intelectuais para dar conta do significado da vida; seu conflito com relação à fé religiosa; suas paixões; sua dificuldade em se adaptar ao ambiente social. Ou seja, trata das complexidades e desafios que temos na vida.”
Escrita para orquestra, coro e solistas vocais, a obra se divide nas cinco partes que compõem o texto do ordinário da missa: "Kyrie", "Gloria", "Credo", "Sanctus" e "Agnus Dei".
“Beethoven explorou os limites da linguagem musical do seu tempo de um modo único. Ao mesmo tempo, levou também ao máximo a expressão afetiva e a contundência humana que nos pode dar uma obra de arte”, afirma Nestrovski. “Conhecer a música de Beethoven é um dos privilégios da vida.”
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