Peça 'Sede' completa trilogia do autor libanês-canadense Wajdi Mouawad
Após 'Céus' e 'Incêndios', espetáculo que fala de suicídio estreia em São Paulo
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Quarta-feira, 6 de fevereiro de 1991. Dia de São Gastão. Sylvain Murdoch, vivido por Felipe de Carolis, universitário de 22 anos, está desaparecido. “Sede”, em suas primeiras cenas, dá a oportunidade de observá-lo horas antes do acontecimento. O jovem se mostra perdido e revoltado, questionando as razões para levantar da cama.
Noruega, papel de Maria Manoella, é fria e distante. Está trancada no escuro há dias, não fala com os pais nem come, vítima de uma dor terrível.
Muitos anos mais tarde, Boon (Zé Henrique de Paula), antropólogo forense, é chamado para analisar dois corpos entrelaçados em decomposição avançada, descobertos no fundo de um rio congelado.
As camadas de gelo, projetadas no palco circular, começam a se partir. Surgem as feridas e as belezas da vida, em sua forma mais jovial, com Murdoch e Noruega, e de modo tímido nas lembranças de Boon.
“Sede” é a peça que completa a trilogia do libanês-canadense Wajdi Mouawad, com “Céus” e “Incêndios”, já encenadas na cidade.
É de suicídio que fala esta peça. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, a taxa de suicídios a cada 100 mil habitantes aumentou 7% no Brasil entre os anos de 2010 e 2016. É também a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 24 anos.
“As pessoas que se sentem estranhas e diferentes pertencem, sim, a algum lugar. Como artista, tenho essa plataforma para dizer isso, e espero que outras pessoas possam estender a mão agora”, diz Felipe de Carolis, responsável por trazer ao país os textos de Mouawad.
O espetáculo explora ainda a beleza de uma maneira ampla, como uma “espécie de combustível da alma”, segundo Zé Henrique de Paula, que também dirige “Sede”. Os personagens, ali, estão em busca de saciar a sede por um sentido para a vida que talvez não seja possível encontrar.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters