Relação entre moda perene e descartável é tema da SPFW
Estilistas refletem sobre destino do lixo têxtil e uso de plástico e fibras naturais
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Se uma das grandes discussões da moda atual é o destino do lixo têxtil jogado nos oceanos e a falta de filtro dos consumidores na compra desenfreada, novas mentes criativas começam a pensar no assunto na passarela da São Paulo Fashion Week.
No início do quinto dia de desfiles, nesta sexta-feira (26), a marca jovem Ão, da estilista Marina Dalgalarrondo, mostrou as possibilidades de uso do algodão em formas orgânicas, lânguidas e com volumes por toda a extensão dos vestidos e calças combinadas a túnicas.
Por meio da roupa, ela tentou destrinchar as ondas sonoras da música, entre momentos de barulho e silêncio. Serve como metáfora da profusão de ideias desconexas que muitas vezes se vê na passarela e o extremo oposto, uma moda mais simplista e perene.
Perenidade é um conceito vinculado ao luxo —e foi isso que a Apartamento 03 entregou em seu desfile, um dos mais elegantes do dia.
A ação do tempo nas roupas e como as pessoas podem se aproveitar das imperfeiçoes dos tecidos naturais conduzem o estudo milimétrico de Luiz Claudio Silva sobre texturas.
O estilista mineiro lança mão do linho amassado e dos maxipaetês plastificados para questionar a beleza de cada um deles, na intenção de provocar uma reflexão sobre o que é perene, mas imperfeito, como a fibra natural, e o que é descartável, mas aparentemente infindável, caso o plástico.
O bloco colorido veio do guarda-roupa do livro “Paraísos Artificiais”, de 1851, escrito por Charles Baudelaire. A viagem lisérgica do volume é expressa nas cores elétricas da coleção, que transitam entre o laranja e o rosa-choque.
Essa mesma ideia do plástico como base criativa foi vista na passarela da Mipinta. Estilista mineiro radicado em Bruxelas, na Bélgica, Fernando Miró apresentou na São Paulo Fashion Week o esmero matemático da corrente belga, trazendo uma mistura de peças esportivas geométricas à passarela paulistana.
Os tecidos usados em peças similares às de mergulhadores parecem de náilon plástico, mas são de fibras naturais. A confusão faz parte da crítica que ele tece ao descarte de plástico nos oceanos. O assunto, ao que parece, ainda renderá muito pano para a manga e o corpo também.
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