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Descrição de chapéu Obituário Walter Kou Hirata (1942 - 2022)

Mortes: Gentil, participou da descoberta da reserva de Carajás

Walter Kou Hirata amava história e foi referência na geologia

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São Paulo

A autoria da descoberta de Carajás, maior reserva de minério de ferro do mundo, continua em debate nos bastidores, mas sem estragar amizades. Um dos possíveis descobridores era o geólogo Walter Kou Hirata, que pode ter chegado primeiro pelo lado leste da serra.

Nas manchetes e registros de 1967, a equipe do colega Breno dos Santos, que chegou pelo outro lado e com mais equipamento à época, entrou para a a história como a reveladora do achado no Pará.

Não que isso tenha sido um problema, porque o geólogo era extremamente gentil. "Era uma pessoa de harmonia", diz a mulher, Marisa Correia Hirata, 78.

Marisa Hirata, 78, e Walter Kou Hirata (1942-2022) em Foz do Iguaçu - Arquivo pessoal

À época, Walter trabalhava na Codim, subsidiária de prospecção mineral da Union Carbide. A concorrente, em que trabalhava o colega Breno era a Companhia Meridional de Mineração, da US Steel, por onde Hirata também passaria mais tarde.

Sua jornada começou na cidade paraense de Marabá e passaria pelo Amapá, antes de ir para Carajás, baseado em Belém.

Marisa e Walter se conheceram no Amapá entre 1967 e 1968. Ela, hoje professora aposentada da escola de enfermagem da Universidade Federal da Bahia, lecionava em uma das vilas de funcionários da US Steel. "Foram os anos mais felizes da nossa juventude", lembra. O casamento aconteceu em 1972, em Belém, onde moraram por 16 anos, antes de se fixarem na Bahia.

As andanças pelo Brasil fizeram do experiente geólogo um defensor do patrimônio mineral do país como bem público e um crítico à privatização da Vale.

Também houve sustos. Durante um voo para Marabá, em 1975, o monomotor passou baixo por cima do rio Araguaia e a cauda bateu na água. Walter, com uma curta amnésia, e um colega do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) conseguiram sair do avião com a ajuda de ribeirinhos e ajudaram a salvar o piloto.

Anos mais tarde, Walter contraiu Covid-19 antes do começo da vacinação, o que exigiu uma adaptação no ciclismo após uma sequela no equilíbrio. Depois de alguma resistência, adotou o triciclo presenteado pela companheira. Além do ciclismo, era fã de história e viagens.

Diagnosticado com um câncer linfático, chegou a fazer a primeira sessão de quimioterapia, mas morreu em 19 de dezembro, aos 80 anos, em São Paulo, em decorrência de uma hemorragia interna. Deixa a mulher, três filhos e quatro netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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