Mortes: Foi aluno do poeta Manuel Bandeira
Hélio Rocha construiu um legado na educação
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O professor Luís Rocha guarda na memória uma viagem que fez de navio, de Salvador (BA) a Manaus (AM), com o pai, o também professor Hélio Rocha, quando ainda era uma criança de apenas sete anos.
Na comitiva familiar, também estavam a mãe, Lúcia Rocha, e os irmãos Paulo e Patrícia Rocha. A viagem, conta, não era apenas um passeio, e sim uma imersão cultural proporcionada pelo pai durante o trajeto, com paradas em todas as capitais até Manaus.
Os momentos familiares ao lado do pai eram raros, mas compreensíveis, diante da vida com uma carreira dedicada à educação pelo intelectual Hélio Rocha, que além de professor era palestrante e empresário.
Nascido em Salvador em 1923, Rocha mudou-se para o Rio de Janeiro em 1941 para estudar o curso clássico no tradicional Colégio Dom Pedro II, onde foi aluno de expoentes como o poeta Manuel Bandeira e José Oiticica.
Dois anos depois, em 1943, foi um dos oito alunos admitidos na prova para a Faculdade Nacional de Filosofia, onde cursou ciências sociais. Chegou a ser aluno de nomes como Djacir Menezes, Jacques Lambert e Luiz de Aguiar Costa Pinto.
Foi ainda no Rio de Janeiro, em 1947, que teve a oportunidade de representar os jornalistas do Brasil em uma palestra para o casal Juan e Eva Perón, de passagem pelo país após retornarem do continente europeu, em uma viagem de navio.
"Independentemente do público ao qual ele ministraria a palestra, fosse o casal Perón ou uma sala de aula com 80 pessoas em uma escola de uma comunidade, ele sempre manteve a simplicidade, com o mesmo nível de profissionalismo, qualidade e dedicação", disse Luís.
O segundo dos cinco filhos de Rocha —os dois últimos adotivos— lembra-se ainda do zelo que o pai tinha com a educação da prole, não apenas técnica, mas para o convívio em sociedade. "Nos levava a restaurantes sofisticados para ensinar como nos portar à mesa", recorda.
De volta à Bahia, em 1956, conviveu ao lado do conceituado professor Milton Santos por dois anos. Em 1968, foi lecionar na Universidade de Brasília, quando foi convidado a atuar no Ministério da Educação, onde conviveu com o poeta Carlos Drummond de Andrade.
O fechamento da UnB pelos militares o obrigou a voltar à Bahia para lecionar nas universidades Federal da Bahia e Católica do Salvador e em cursos pré-vestibulares. Em 1974, fundou o curso e colégio Nobel e, em 1985, junto com a família, a Sociedade Integral de Ensino, mantenedora do curso e Colégio Integral.
Rocha faleceu de causa natural no último dia 21, na casa em que morava, em Salvador, aos 99 anos. Deixou os três filhos que teve com a já falecida Lúcia Rocha, Paulo, Luís e Patrícia, os dois adotivos, José e André, netos e demais familiares.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters