Mortes: Fonte de boas palavras, incentivou a educação e a caridade
José Eduardo Bornelli largou a profissão de bancário para dedicar-se à igreja
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Mineiro de Cabo Verde, José Eduardo Bornelli tinha apenas dois pares de sapatos. Viveu desprendido do material e das questões financeiras. Deixou como herança a reputação do nome e a preocupação com os necessitados.
Criado em Alfenas (MG), no começo da juventude José trabalhou como bancário, mas largou a profissão para cuidar da Igreja Presbiteriana Independente. Em 9 de janeiro de 1965, foi ordenado pastor.
Pastoreou em Areado, Machado e Pouso Alegre (MG), Mogi Guaçu (SP) e ficou 18 anos em Marialva (PR), além de outras cidades. Como voluntário palestrou diversas vezes. Para isso, colecionou passagens de sacrifício, como pegar carona em caminhão de leite e dormir ao relento.
José dedicou-se a ajudar o próximo, desde a distribuição de cestas básicas até o aconselhamento de casais e famílias, atividade que harmonizava com alguns traços de sua personalidade. Era um homem calmo, pacífico, intermediador de conflitos. Mais ouvia do que falava e, quando se manifestava, sempre usava as melhores palavras —equilibradas, mas também temperadas.
Leitor voraz e bem informado, tinha uma biblioteca particular.
Valorizou a educação dos três filhos. Dois são professores de matemática e um de história. Os netos também se envolveram com educação.
No próximo dia 7 de julho, José e Idamar Caixeta Bornelli, 79, completariam 60 anos de casados.
Segundo o neto Eduardo Bornelli de Castro, 33, o casal se conheceu num acampamento promovido pela igreja, em Alfenas.
"A velhice deles foi bonita. A cidade inteira os conhecia, porque iam de mãos dadas para a praça e conversavam com todos. Meu avô foi apaixonado pela mulher até os seus últimos dias", conta Eduardo.
José morava em Machado desde 1999, cidade onde permaneceu até o fim da vida, em dia 15 de junho. Ele morreu aos 84 anos, após sofrer um infarto. Deixa a mulher, três filhos, seis netos e cinco bisnetos.
"Meu avô era contemplativo, gostava da solitude, da reflexão e da meditação. Parecia que vivia em outra cadência e dançava outro ritmo, mais sóbrio, refletido e maduro. Nos ensinou a valorizar o que importava: Deus e a família", afirmou o neto. "Ele foi um herói e uma fonte de inspiração para nós. Impactou e influenciou a vida de muitas pessoas."
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