Doutora em economia, consultora de impacto social e pesquisadora do FGV EESP CLEAR, que auxilia os governos do Brasil e da África lusófona na agenda de monitoramento e avaliação de políticas
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Com um ou dois anos de idade, a criança ainda não conhece as letras do alfabeto. Ela não é capaz de decodificá-las, formar palavras nem dar sentido às frases escritas. Mas ela já pode ter seus livros favoritos.
Estimuladas desde cedo, as crianças entendem sem dificuldades que livros carregam histórias. Elas se identificam com as ilustrações adequadas para sua idade, memorizam e aprendem em quais páginas estão suas personagens mais queridas, as situações e as cores que mais as intrigam. Podem ter o livro que gostam de brincar, o livro para a hora do banho e o livro que precisa ser lido antes de dormir. É fascinante acompanhar uma criança se desenvolvendo junto com seus livros, mesmo antes de aprender a ler.
Isso não ocorre sem o estímulo correto por parte das pessoas que cuidam e educam as crianças, obviamente. Ao contrário da linguagem auditiva e falada, que se desenvolvem rapidamente em crianças pequenas, a leitura é uma habilidade adquirida ao longo do tempo por meio de incentivos explícitos.
É preciso ler para elas e com elas, todos os dias, criando rituais que serão lembrados e apreciados pela família. Além de ser extremamente adorável observar uma criança encantada por seus livros, o hábito contribuirá para mantê-la menos tempo na frente de telas e potencializará importantes fatores positivos para o desenvolvimento infantil.
Um estudo publicado em 2023 na revista Psychological Medicine, realizado com 10 mil jovens adolescentes dos Estados Unidos, encontrou evidências de que começar a ler por prazer em idade precoce, antes dos dez anos de idade, está associado a melhores desempenhos em testes cognitivos e a uma melhor saúde mental durante a adolescência.
A pesquisa também aponta que 12 horas por semana seria a quantidade ideal de leitura. Este tempo está associado a uma melhoria na estrutura cerebral, ainda em formação nessa faixa etária. Mais horas de leitura por semana não é necessariamente melhor, pois pode acabar tirando o tempo de outras atividades também necessárias para o desenvolvimento, como atividades físicas e de sociabilização.
As evidências do benefício de incentivar as crianças a lerem desde cedo são amplas. Além de ser uma atividade prazerosa, o hábito da leitura precoce pode contribuir com o desenvolvimento de habilidades de linguagem, o pensamento criativo, a empatia e a redução do estresse e de problemas comportamentais. Em conjunto, estes fatores são fundamentais para o aprendizado e o bem-estar futuro.
Encontrar formas efetivas, divertidas e acessíveis para despertar a alegria da leitura nas crianças garantirá horas prazerosas. Os benefícios dessas atividades perdurarão por muito tempo e em muitos aspectos. Toda a sociedade agradece.
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