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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Ritmo de ação contra Bolsonaro no TSE faz toda a diferença

Ex-presidente pode ser condenado meses após deixar o poder e três anos antes de nova eleição

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A inelegibilidade de Jair Bolsonaro ficou mais próxima. Depois que o TSE deu ritmo acelerado a um dos processos que podem tirar o ex-presidente das urnas, a Procuradoria-Geral Eleitoral defendeu que ele seja impedido de concorrer por oito anos.

Mesmo uma investigação pouco diligente seria obrigada a concluir que Bolsonaro cometeu irregularidades ao espalhar informações falsas e usar a máquina pública para desestabilizar o processo eleitoral. O parecer da PGE enquadrou a conduta do ex-presidente: abuso de autoridade, abuso de poder político, desvio de finalidade e uso indevido dos meios de comunicação.

A velocidade do caso deve fazer diferença sobre os efeitos políticos do julgamento. Bolsonaro pode ser condenado meses depois de deixar o poder e sentenciado a ficar fora da eleição três anos antes da disputa.

Ainda que as férias na Flórida tenham reduzido a eletricidade dos apoiadores de Bolsonaro, o ex-presidente conta com a afinidade de boa parte dos 58 milhões de eleitores que votaram nele em 2022. A ideia é explorar uma eventual condenação para evitar a dispersão dessa base.

A reação do eleitorado ao processo de inelegibilidade ainda deve reproduzir as paixões do ano passado. Segundo o Datafolha, 83% dos eleitores de Bolsonaro dizem que o TSE deveria inocentá-lo e liberar sua candidatura. A maioria dos evangélicos, da classe média e dos moradores do Centro-Oeste pensa o mesmo.

Aliados de Bolsonaro parecem tentar se convencer de que a condenação pode ser uma boa notícia. Flávio Bolsonaro e Ciro Nogueira dizem que, inelegível, o ex-presidente seria um cabo eleitoral imbatível.

Não é bem assim. A força do bolsonarismo vai depender do desempenho de Lula e das movimentações de Bolsonaro (candidato ou não). Para usar a inelegibilidade como gasolina, o ex-presidente precisaria reciclar o figurino antissistema, manter vivo um discurso de perseguição até 2026 e ainda organizar a sucessão dentro de um grupo político conhecido pelo fratricídio.

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