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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Deputado bolsonarista mentiroso foi cassado, mas o chefe está na ativa

Bolsonaro entendeu o recado ou vai gargalhar?

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Não satisfeito em iludir as pessoas em vida, o pastor Huber Rodrigues, de Goiatuba (GO), resolveu que deveria continuar sua missão após a morte. Em 2008, escreveu uma carta afirmando que, quando morresse, ninguém poderia enterrar seu corpo, pois ressuscitaria três dias depois.

"Minha integridade física tem que ser totalmente preservada (...). Meu corpo durante três dias não terá mau cheiro nem se decomporá, pois o próprio Deus terá preparado a minha carne e meu cérebro para passar por essa experiência", dizia a carta.

Pastor Huber Carlos Rodrigues, que foi enterrado após três dias - Reprodução

Huber contraiu Covid e morreu na semana passada. Em conluio com a funerária Paz Universal, a viúva desautorizou o enterro. A cidade viveu em suspense e vigília, como se estivesse dentro de um conto fantástico do goiano José J. Veiga. Até que, na madrugada de terça (26), o caixão do pastor baixou à sepultura aos gritos de "abre, abre". Uma pequena multidão, formada na maioria por fiéis e reforçada por desocupados e gozadores, queria ver se de fato ele estava defunto ou se emanava dele um odor de santidade. O espetáculo, claro, foi filmado e ganhou as redes sociais.

O senador Renan não relacionou essa modalidade —fake news póstuma— no parecer final da CPI. Se o projeto for aprovado, "criar ou divulgar notícia falsa para distorcer, alterar ou corromper gravemente a verdade" passará a ser crime, punido com pena de prisão de seis meses a dois anos. Enquanto isso, num aviso cristalino relacionado às eleições de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral cassou o deputado bolsonarista Fernando Francischini por propagar mentiras sobre a urna eletrônica no dia do pleito de 2018.

Está faltando um. O principal. Não é de hoje que Bolsonaro ataca sem parar as vacinas. O Facebook derruba os vídeos, ameaça suspender a conta, mas a desumanidade continua a circular no abismo das plataformas digitais, igual ao corpo do pastor morto-vivo, fétido e em
decomposição.

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