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A reação na Grécia após incêndio florestal provocado por fogos de artifício lançados de iate

Treze pessoas foram presas depois que o incêndio atingiu uma floresta de pinheiros na ilha de Hydra

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Tiffany Wertheimer e Danny Aeberhard
BBC News Brasil

Treze pessoas foram presas após um incêndio florestal na ilha grega de Hydra, que as autoridades alegam ter sido provocado por fogos de artifício lançados de um super iate.

O incêndio, na sexta-feira (21/6), queimou 300 acres da única floresta de pinheiros na ilha turística, que fica ao sul de Atenas, segundo o ministro grego da Crise Climática, Vassilis Kikilias. O fogo foi controlado, mas com dificuldade.

Como não há estradas para a praia, os bombeiros tiveram que acessá-la por mar, enquanto os helicópteros lançavam água do ar.

Mar visto com fogos de artifício ao fundo
Houve prisões após fogos de artifício em iates provocarem incêndio na Grécia - Getty Images (foto de arquivo)

A imprensa grega informou que todos os presos são tripulantes do super iate Persephoni. Ele está disponível para aluguel de verão a partir de 249 mil euros por semana (mais de R$ 1,4 milhão), de acordo com vários revendedores de iates de luxo online.

O Ministério Público do país pediu o confisco do navio, segundo o ministro Kikilias.

Vários meios de comunicação locais relataram, citando documentos judiciais, que os visitantes do iate eram 17 cidadãos do Cazaquistão que já deixaram a Grécia, mas a BBC não conseguiu verificar essa informação de forma independente.

Na manhã de domingo (23/6), a tripulação foi filmada entrando no Ministério Público de Pireu, vestindo uniformes de trabalho e cobrindo o rosto com óculos escuros, máscaras e chapéus.

Há uma diferença entre as informações da guarda costeira da Grécia e do corpo de bombeiros. A mídia local relata que, embora os bombeiros se baseiem na declaração de um capitão de um navio próximo – que supostamente viu foguetes ou fogos de artifício sendo lançados de Persephoni–, a guarda costeira afirma que não há evidências disso.

A suposta causa do incêndio provocou indignação na Grécia, que já enfrenta vários incêndios florestais e passa agora pela primeira onda de calor do ano.

"Estamos indignados que algumas pessoas joguem fogos de artifício de forma tão irresponsável em uma floresta de pinheiros", disse o prefeito de Hydra, Giorgos Koukoudakis, à emissora grega ERT.

Também houve críticas nas redes sociais: "Pessoas ricas com mais dinheiro do que cérebro", escreveu uma pessoa.

A Grécia está em alerta máximo contra incêndios florestais desde terça-feira (18/6), e as autoridades estão se preparando para um verão difícil, já que as condições secas, os ventos fortes e as altas temperaturas deverão continuar.

Na sexta-feira, um bombeiro voluntário de 55 anos morreu em decorrência de ferimentos sofridos no combate a um incêndio na região sul de Ilia, na península do Peloponeso.

Os incêndios florestais de verão são comuns na Grécia, e os cientistas associam o aumento na frequência e na intensidade de eventos climáticos extremos, incluindo ondas de calor, às alterações climáticas.

Mas o país também tem um problema com pessoas que iniciam queimadas: pelo menos 79 pessoas foram presas em agosto de 2023 devido a incêndios florestais mortais.

No início deste ano, a Grécia introduziu leis mais rigorosas contra incêndios criminosos, com previsão de até 20 anos de prisão e multas de até 200 mil euros (mais de R$ 1 milhão).

O texto foi publicado originalmente aqui.

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