Há 10 anos, estive no velório da seleção brasileira do 7 a 1
![12.jul.2014 - Neymar esconde o rosto com o colete durante a partida do Brasil contra a Holanda, no Mané Garrincha 12.jul.2014 - Neymar esconde o rosto com o colete durante a partida do Brasil contra a Holanda, no Mané Garrincha](https://cdn.statically.io/img/conteudo.imguol.com.br/c/esporte/2014/07/12/neymar-esconde-o-rosto-com-o-colete-durante-a-partida-do-brasil-contra-a-holanda-no-mane-garrincha-1405200211047_450x450.jpg)
Fui um dos maiores críticos do trabalho da comissão técnica que esteve à frente da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014. O trabalho nunca foi convincente e iludiu a muitos com a conquista da Copa das Confederações, um ano antes.
O torneio entre seleções campeãs continentais era, na prática, a "Copa da Mentira". Quem ganhava se iludia, imaginava estar no caminho do título mundial e quando chegava o certame que realmente importava? fracassava.
Durante aquela Copa do Mundo estive sempre distante do dia a dia da seleção brasileira. Fui escalado para cobrir a Inglaterra e depois da (previsível) eliminação precoce do time britânico, passei a seguir o Uruguai.
Quando a Celeste caiu, fiquei mais "solto" e acompanhei a Argentina contra a Bélgica nas quartas e Holanda na semifinal. Antes, participei da transmissão na estreia diante da Bósnia. Assisti no estádio ao jogo frente à Suíça, e a lógica era fazer a final entre argentinos e alemães.
Estranhamente naquele fim de semana não fui enviado ao Rio de Janeiro, mas a Brasília. Lá o Brasil voltaria a campo após ser massacrado pela Alemanha em Belo Horizonte. Era a disputa do terceiro lugar contra a Holanda.
Me senti como quem embarca rumo a um funeral. Mórbido era ser escalado para cobrir a seleção brasileira depois do jogo histórico que deu razão às minhas inúmeras críticas aquele time, especialmente ao comando técnico. Críticas que viralizaram e até hoje têm ressonância.
A Holanda venceu sem se esforçar, 3 a 0, há exatos 10 anos, totalizando um placar agregado de 10 a 1 naqueles dois últimos compromissos do time cebeefiano. Mas além do fiasco histórico em Brasília testemunhamos a absoluta falta de autocrítica da comissão técnica.
Não se admitiu que o trabalho foi pífio, o desempenho patético, resultando no maior vexame de toda a história, não apenas do futebol, mas do esporte. Ali já era possível notar que o 7 a 1 não deixaria legado algum, jamais sacudiria o futebol brasileiro como era mais do que necessário.
Você tem dúvidas? Então olhe para o momento de seleção brasileira, recorde as participações nas duas Copas do Mundo disputadas depois daquela vergonha. Depois do funeral, resta saber se um dia haverá ressureição.
Deixe seu comentário