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Empresa laranja que abalou Corinthians investiu em títulos de capitalização

A Polícia Civil de São Paulo segue em busca do rastro do dinheiro que pode identificar quem se beneficiou com o esquema de "laranja" que abalou o Corinthians nas últimas semanas. E já descobriu que a empresa suspeita investiu em títulos de capitalização.

A Neoway -, pivô da polêmica que tirou do clube seu principal patrocinador, a Vai de Bet, que prometia pagar mais de R$ 300 milhões em 3 anos de contrato - gastou cerca de R$ 83 mil em 15 títulos de capitalização, na mesma época que recebeu R$ 1 milhão da Rede Social Media.

A informação consta em investigação comandada pelo delegado Tiago Fernando Correia, da Delegacia de Crimes Financeiros do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania.

A Rede Social Media Design é a empresa que fez a intermediação do contrato, chamada Rede Social Media Design, recebeu R$ 1,4 milhão do clube e repassou R$ 1,042 milhão a uma terceira empresa, chamada Neoway Soluções Integradas em Serviços.

Essa empresa chamada Neoway está em nome de Edna dos Santos, mulher de origem humilde tratada como vítima na operação. Ela foi utilizada como "laranja" e deu depoimento nesta terça-feira, no 1º Departamento de Polícia de Peruíbe.

"Nossa conclusão com o depoimento é que de fato ela é vítima de tudo isso. Não tem relação com empresa, pessoas que investigamos. Ela é uma vítima e é trata como tal. Vamos tomar providências cabíveis para ajudá-la e protegê-la", disse o delegado.

"O depoimento da Edna foi importante, conferimos isso uma certa celeridade. Temos plena convicção que a Neoway e a outra MEI constituída são de fachada, especialmente a Neoway. As suspeitas se confirmam e robustecem que elas foram constituídas para prática de lavagem de dinheiro", continuou o delegado.

Os dois pagamentos de comissão para a Rede Social foram feitos em um intervalo de três dias e à revelia do diretor financeiro do Corinthians, Rozallah Santoro, que estava fora do Parque São Jorge. As transferências foram determinadas pelo diretor administrativo, Marcelo Mariano, sob alegação de que a Rede Social havia emitido notas fiscais e pagado os impostos.

"Precisamos entender quem criou essas empresas. Notificamos gov.br pelo certificado digital. Vamos oficiar a empresa responsável pelo certificado para buscarmos geolocalização, IP da empresa, para sabermos quem constituiu a empresa. Próximo passo é ouvir o Alex Cassundé para que nos esclareça qual relacionamento entre a Rede Social e Neoway. Os motivos da transação de R$ 900 mil", afirmou Tiago Correia.

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A Rede Social Media Design pertence a Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, que trabalhou na campanha do presidente Augusto Melo. Cassundé será o próximo a ser chamado para depor na investigação. Ele é parceiro do ex-diretor de marketing do Corinthians, Sergio Moura, que pediu licença do cargo.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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