Augusto Mafuz

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Opinião

Athletico empata com o Flamengo “caminhando sobre as águas”

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Augusto Mafuz
16/06/2024 20:24 - Atualizado: 16/06/2024 20:25
Fernandinho marcou para o Athletico contra o Flamengo
Fernandinho marcou para o Athletico contra o Flamengo | Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

Na Baixada, quando joga clássicos nacionais, o Athletico sofre uma transformação. Não podendo decifrá-la, usa-se o aforismo. E nenhum é capaz de explicar esse fato como afirmar que o “Athletico caminha sobre as águas”.

É possível provocar lembranças para provar que o Furacão, nesses jogos de impacto, é dominado por algo sobrenatural. Melancólico, perdeu na Baixada para semiamadores sul-americanos. Aos trancos, teve que suar a camisa para derrotar o primário Criciúma.

E contra o poderoso Flamengo como seria? Por conhecer a alma atleticana afirmei no “Carneiro & Mafuz”, que o Furacão seria outro, brilhante.

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É que se há algo que caracteriza esse Athletico de Cuca é a sua inconfiabilidade. Por falta de recursos individuais e, em especial, de reposição para mudar o momento de um jogo, tudo é remetido para o campo do improvável. Nessas ocasiões, é fácil convencer o orgulho do jogador que só a entrega e a disciplina tática são capazes de igualar uns aos outros.

Não tinha nenhuma dúvida de que o Athletico faria um grande jogo. Avançando, foi brilhante. Bem distribuído e bem organizado, fazendo o esquema e as variações girar em torno de Fernandinho, enfrentou pau a pau, bola a bola e espaço com espaço, o bilionário Flamengo.

Fez o que só os eleitos são capazes de fazer. Mostrando toda a sua capacidade de leitura do jogo, quando viu que o Flamengo só não ganhava pelas obras humanas do goleiro
Léo Linck, Cuca que já havia colocado Cuello, introduziu o enigmático Julimar.

O que se viu, foi o Athletico em forma de Furacão – e Julimar provocando o lance em que David Luiz cometeu o pênalti, aos 46’ do segundo tempo. Fernandinho marcou 1 a 0.

Já passei do tempo da inocência. O jogo era contra o Flamengo e tinham mais cinco minutos para serem jogados. Contra o Flamengo, é uma eternidade. A sua grandeza popular é tanta que os fluídos começaram a chegar sobre a meta atleticana vindo de todos os lugares.

Se Léo Linck evitava o gol por obras extraordinárias – mas humanas –, aos 48 minutos evitou o gol de Pedro por uma obra divina.

Mas, daí, naquele um minuto que os árbitros sempre oferecem ao Flamengo quando esse precisa, a bola cruzada de escanteio veio para a cabeça de Kaíque Rocha e de mais ninguém.

Mas o defensor atleticano errou a bola e o baixinho (1,73 m) Evertton Araújo, empatou: 1 a 1. Depois do sentimento de frustração desaparecer, vem o de orgulho. E esse deveria ser maior na alma atleticana pelo jogo que o Furacão fez.

Não haveria frustração, haveria conformismo se não fosse o jovem Léo Linck, na meta.

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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

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