Opinião

Athletico e quando a derrota é uma “dor na alma”

Por
Augusto Mafuz
15/05/2024 22:21 - Atualizado: 15/05/2024 22:46
Cuca lamenta em derrota do Athletico
Cuca lamenta em derrota do Athletico | Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

Eu peço um pouco de paciência para o leitor, embora não saiba se é para coordenar as minhas ideias ou os meus sentimentos. É que de imediato não consigo entender essa derrota do Athletico para o periférico uruguaio Danubio, por 2 a 1, pela Sul-Americana.

Pergunto-me: foi a derrota da soberba ou foi a vitória da realidade? A partir dessas dúvidas, reclama-se a razão para desarmar os sentimentos e tentar explicar o que aconteceu na Baixada. De imediato, afirmo: não foi uma vitória da realidade.

Sempre há um fato, nada ocorre pelo acaso. Ninguém é lider do Brasileirão e comanda a Sul-Americana por ser um alienado. As virtudes podem não ser muitas, mas existem e exercem influência.

+ Leia as colunas de Augusto Mafuz no UmDois

Agora que minhas ideias estão coordenadas, afirmo o seguinte: o Athletico perdeu para o pobre Danubio porque entrou sem a consciência dos seus limites individuais, em um jogo que o treinador Cuca concorreu com alguns repentes de Juan Carlos Osorio.

Aqui, coloco entre parênteses: Cuca é humano e tem o direito de errar. Mas precisa entender que, por ser treinador do Furacão, tem o direito limitado. A falta de humildade individual foi agravada com a escalação populista de Pablo e Mastriani para revezarem-se como meia e atacante.

Espírito de Osorio bateu em Cuca no Athletico

Sem ninguém na contenção, o Athletico deixou que o Danubio “gostasse do jogo”, como dizem os ex-jogadores comentaristas da SporTV.

Quando começou a ganhar consciência dos erros, inclusive perdendo gols com Mastriani (R$7 milhões), o Furacão já perdia por 1 a 0, gol de Ignacio Pintos, sobrando a culpa para Cuello, por erro posicional de Gamarra e Kaique Rocha.

Quando se deu conta de que a realidade não era o que pensava, já perdia por 2 a 0, com o gol de Sebastián Fernández, em erro de Kaique Rocha. A esperança era a oração de Cuca no intervalo. Sem o intervalo, talvez fosse melhor.

É que bateu o espirito de Osorio em Cuca, e esse começou aleatoriamente a mudar o time. Foi tanto desespero que a esperança passou a ser Di Yorio (R$ 23 milhões). E vejam só. Di Yiorio, em uma confusão na área uruguaia, marcou um gol ilusório, 2 a 1.

A soberba do Furacão foi a pior que existe. Um time limitado, que depende do técnico e na noite em que o técnico erra. A derrota como competição não repercute na campanha do Athletico. Mas repercute no espírito do atleticano.

Contra um time de suburbana de Montevidéu, o Furacão perdeu a invencibilidade de um ano na Baixada e na Sul Americana. Uma derrota “desnecessária”. Uma “dor na alma”, como diria o “Idiota” de Dostoiévski.

Veja também:
Rafaela Silva decide e Brasil conquista bronze inédito por equipes mistas
Rafaela Silva decide e Brasil conquista bronze inédito por equipes mistas
Brasil vence Angola com tranquilidade e vai às quartas de final
Brasil vence Angola com tranquilidade e vai às quartas de final
Melhores Cassinos com Bônus sem Depósito: Top 10 em 2024
Melhores Cassinos com Bônus sem Depósito: Top 10 em 2024
Athletico x Grêmio: saiba onde assistir e palpites - Brasileirão - 04/08/2024
Athletico x Grêmio: saiba onde assistir e palpites - Brasileirão - 04/08/2024

Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

twitter
+ Notícias sobre Augusto Mafuz
Numa terra radiosa vive um povo alegre. Por causa de Rebeca Andrade
Opinião

Numa terra radiosa vive um povo alegre. Por causa de Rebeca Andrade

Paulo Autuori volta para o Athletico. Como bombeiro ou como apóstolo?
Opinião

Paulo Autuori volta para o Athletico. Como bombeiro ou como apóstolo?

Athletico dá as mãos ao deus-dará e segue em frente
Opinião

Athletico dá as mãos ao deus-dará e segue em frente

Athletico e quando a derrota é uma “dor na alma”