Celular
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Por Bruno De Blasi, para o TechTudo


Muitos consumidores procuram por celulares à prova d'água na expectativa de que eles sejam "invencíveis". Mas a verdade é que, embora boa parte dos smartphones contem com algum tipo de resistência à água atualmente, eles têm limitações. Além das variações da certificação IP, há restrições estipuladas pelas próprias fabricantes que devem ser respeitadas para conter danos. Mesmo com o benefício, os usuários também precisam tomar cuidados extras, como evitar o mergulho em água salgada e em outras substâncias. Nas linhas a seguir, o TechTudo explica tudo que você precisa saber para aproveitar a resistência à água sem arriscar a durabilidade do seu celular.

Celular à prova d'água: tudo que você precisa saber para usar sem medo — Foto: Luciana Maline/TechTudo
Celular à prova d'água: tudo que você precisa saber para usar sem medo — Foto: Luciana Maline/TechTudo

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1. A certificação IP do seu celular e o que ela significa

A certificação IP determina o grau de proteção do celular. O indicador é sempre acompanhado por dois números, como IP67, IP68 e afins. O primeiro está relacionado à resistência à poeira; o segundo, à resistência à água. Vale ressaltar, no entanto, que o selo não significa que o smartphone é à prova d'água, e sim que possui um isolamento mais firme para evitar acidentes com líquidos.

No mercado, geralmente encontramos aparelhos com as certificações IP67 e IP68. Em comum, isso significa que os dispositivos são resistentes à poeira, mas a proteção contra água varia: quanto maior a numeração, melhor. Confira o significado das principais certificações abaixo.

  • IPx0: sem proteção;
  • IPx1: proteção contra gotas d'água;
  • IPx2: Protegido de spray de água a menos de 15 graus da vertical;
  • IPx3: Protegido de spray de água a menos de 60 graus da vertical;
  • IPx4: Protegido de spray de água de qualquer direção;
  • IPx5: Protegido de jatos de água de baixa pressão de qualquer direção;
  • IPx6: Protegido de jatos de água de alta pressão de qualquer direção;
  • IPx7: Protegido de imersão entre 15 centímetros e 1 metro de profundidade;
  • IPx8: Protegido contra imersão de longo prazo até uma pressão especificada pela fabricante, geralmente a partir de 1,5 metro de profundidade;
  • IPx9: Protegido de água projetada em alta pressão e alta temperatura contra o celular de qualquer direção.

Além disso, a certificação não comprova que o smartphone não será danificado por líquidos, apenas indica que existe alguma resistência com ressalvas. Portanto, tome cuidado.

2. Quanto tempo seu celular pode ficar debaixo d’água

O tempo de exposição à água depende da fabricação. Em alguns casos, sequer é possível imergir o celular, pois o aparelho suporta apenas respingos d’água ou jatos. E, mesmo nessas condições, há diferenças mínimas que podem causar estragos gigantescos, como a pressão ou até mesmo a quantidade de líquido.

O Galaxy A54, por exemplo, possui certificação IP67. O selo atesta que o smartphone pode ficar até 30 minutos imerso em até um (1) metro de profundidade – a mesma especificação do iPhone SE , segundo a página de suporte da Apple.

Resistência à água de celulares não inclui água salgada ou com cloro — Foto: Carol Danelli/TechTudo
Resistência à água de celulares não inclui água salgada ou com cloro — Foto: Carol Danelli/TechTudo

O Motorola Edge 40, por sua vez, possui certificação IP68. Com o selo, o smartphone alcança uma profundidade maior (1,5 metro), mas o tempo de exposição à água é o mesmo: 30 minutos. Enquanto isso, o Moto G53 conta com certificação IP52 – ou seja, resiste apenas a spray de água. Por isso, antes de levar o celular para um lugar onde existe o risco de molhá-lo, é preciso consultar a fabricante.

3. Profundidade suportada

A profundidade suportada é outro fator que varia de modelo para modelo. A Apple, por exemplo, afirma que o iPhone 14 possui certificação IP68 e suporta uma profundidade máxima de seis metros por 30 minutos. Já o Galaxy S23 conta com o mesmo selo, mas a imersão é de até 1,5 metro.

Outros smartphones são mais limitados. É o caso do iPhone 11: apesar de ter certificação IP68, assim como o iPhone 14, sua profundidade máxima é de 2 metros. Já o Galaxy A53 vem com o selo IP67, que resiste à imersão de até 1 metro.

Em alguns casos, conforme informado anteriormente, os celulares só são resistentes a respingos e jatos d’água. Por isso, leia o manual e consulte o suporte da fabricante para atestar a resistência do aparelho.

4. É preciso tomar cuidado com água salgada e de piscina

As certificações são destinadas para imersões em água doce e limpa. Isso significa que o aparelho pode resistir à queda em lagos, poças d’água, na pia e afins. No entanto, você deve evitar ao máximo a queda do smartphone em piscinas, devido ao cloro, e no mar, devido à água salgada.

Nos dois casos, o contato com o cloro e a água salgada pode romper o isolamento contra água e poeira. Assim, a água pode penetrar o celular e oxidar componentes internos, causando danos irreparáveis. Em casos mais severos, o smartphone deixa de funcionar mesmo com a troca das peças.

É preciso respeitar o tempo máximo de submersão na água indicado pela fabricante do celular — Foto:  Carol Danelli/TechTudo
É preciso respeitar o tempo máximo de submersão na água indicado pela fabricante do celular — Foto: Carol Danelli/TechTudo

5. Você não deve nadar com o celular

Além dos riscos oferecidos pelo cloro, nadar com o celular também não é uma boa ideia. Ao praticar o exercício com o smartphone em mãos ou no bolso, a movimentação da água gera mais pressão sobre o celular, arriscando a durabilidade da barreira isolante que impede a passagem de líquidos. Dessa forma, a água pode entrar no interior do telefone, causando danos nos conectores, placas e em outros periféricos.

6. Cobertura da garantia

A presença da certificação não significa que todos os danos causados por água serão cobertos pela garantia – especialmente quando o smartphone é exposto a condições não previstas, como um mergulho em água salgada. O mesmo vale para quando o telefone ultrapassa o limite de profundidade quando imerso em um rio de água doce, por exemplo.

É exatamente por esse motivo que você deve ler atentamente as instruções e orientações do fabricante. É o caso da Apple, que oferece explicações detalhadas sobre os danos provocados por água em uma página de suporte.

Caso uma companhia se negue a consertar um telefone com resistência à água após a exposição a líquidos dentro dos padrões da especificação, você também pode buscar órgãos de defesa do consumidor.

Com informações de Cnet, Rainford Solutions, IEC e Make of Use

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