RESUMO

Este estudo teve como objetivo investigar a ocorrência de oocistos de Cryptosporidium e cistos de Giardia em águas brutas, filtradas e cloradas, coletadas de duas estações de tratamento de água potável (ETA A e ETA B). A ETA A utiliza filtração direta ou flotação-filtração dependendo da turbidez da água bruta. A ETA B possui duas linhas de tratamento independentes, uma de filtração direta e outra de tratamento convencional. Os oocistos de Cryptosporidium e cistos de Giardia foram concentrados por floculação, identificados por microscopia de imunofluorescência direta e confirmados por coloração com DAPI e microscopia de contraste de fase. Na água bruta, a ocorrência de cistos variou de 75% (ETA A) a 100% (ETA B) das amostras, e de oocistos de 66,6% (ETA A) a 83,3% (ETA B). Ambos os protozoários foram detectados na água tratada por filtração direta (cistos: ETA A e B < 0,27 a 20,0 cistos L^-1; oocistos: < 0,48 a 22,5 oocistos L^-1) e flotação-filtração (cistos: < 0,27 a 5,0 cistos L^-1; oocistos: < 0,48 a 17,5 oocistos L^-1) na ETA A. A ausência de cistos e oocistos na água clorada não exclui riscos, pois as limitações das técnicas de concentração e identificação devem ser consideradas, dados os baixos índices de recuperação, especialmente em água com baixa turbidez (15,5 – 72,7% de Giardia; 3,6 – 38,5% de Cryptosporidium). Nas amostras de água bruta da ETA A, foi observada uma correlação moderada entre os protozoários e destes com os parâmetros convencionais de qualidade da água. Nas amostras de água bruta da ETA B, a correlação foi insignificante. Esses resultados reforçam a importância de monitorar protozoários em água destinada ao abastecimento público e a otimização dos processos de tratamento de água para produzir água de baixa turbidez.

Palavras-chave:
protozoários; filtração direta; flotação-filtração; tratamento convencional de água