Uma maratona, muitos caixotes, um leitão que apita e um banco vizinho que implica cuidados de segurança: os detalhes da nova morada de seis ministros e vários organismos.
No dia 27 de junho, quinta-feira. No sétimo andar do edifício mais alto da R. Professor Gomes Teixeira, em Lisboa, três caixas de cartão, umas mais pequenas do que outras, estavam espalhadas pelo gabinete do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que ia enchendo uma a uma. Ora entulhava molhos de folhas, ora colocava dentro da caixa algum dos seus pertences, como uma estatueta de Viriato dada pelo social-democrata Fernando Ruas, presidente de câmara de Viseu, seu distrito de origem. A ocupar o gabinete há apenas três meses, não havia muitos objetos pessoais para recolher. Só uma coluna de som, uma fotografia de família e um leitão em miniatura que apita ao toque. “Pensei começar a apitar o leitão quando as reuniões estiverem a durar muito. Não o faço, mas era uma brincadeira inspirada no que vi uma vez em campanha, quando fomos ao bispo de Lamego. Ele vira a ampulheta para as reuniões”, brinca.
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Comecei a bater os primeiros textos à máquina com 9 ou 10 anos. Lamentos. Pensamentos. Até argumentos. Sem falar das reportagens de jogos de futebol imaginários. Agora que penso nisso, criei um herói, que dava pelo nome de Xavier, e que era o maior jogador português de todos os tempos, depois do Eusébio.
Durante hora e meia, ouvi advogados relatar episódios da mais brutal violência policial e civil contra jornalistas que ousam ser isentos. Contaram cenas recorrentes de agressões físicas em público e em privado, que chegam a ameaçar a vida dos repórteres.
O sector mais politizado da nossa comunicação social, o grupo Observador, era o principal alimentador do “indignómetro” e hoje, como o Governo é dos “seus”, não se levanta em armas para inflamar de manhã à noite as hostes.