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A vida privada de Francisco Sá Carneiro

A vida privada de Francisco Sá Carneiro
Marco Alves 10 de julho

Cultivava a imagem de um político reservado e os amigos enalteciam-lhe a coragem e a obstinação. Nos bastidores, era bem-disposto, gostava de velocidade, de golfe e de grandes vinhos. E era um apreciador dos melhores hotéis e restaurantes, de charutos, música clássica e pintura. Rompeu com tudo por causa de um grande amor, Snu. Se fosse vivo, o antigo primeiro-ministro faria 90 anos a 19 de julho.

Francisco Sá Carneiro era primeiro-ministro há seis meses quando em junho de 1980 se deslocou aos Açores em visita oficial para se inteirar das obras de reconstrução após o terramoto que ocorrera no arquipélago em janeiro desse ano. Na comitiva estavam personalidades que viriam a ter grande importância nas décadas seguintes, como Cavaco Silva (na altura, ministro das Finanças, com 40 anos) e Pedro Santana Lopes (assessor jurídico, com 23 anos).

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Tomar a liberdade

Comecei a bater os primeiros textos à máquina com 9 ou 10 anos. Lamentos. Pensamentos. Até argumentos. Sem falar das reportagens de jogos de futebol imaginários. Agora que penso nisso, criei um herói, que dava pelo nome de Xavier, e que era o maior jogador português de todos os tempos, depois do Eusébio.