Os que não consideravam assim tão trágica a vitória da extrema-direita, mesmo que não votassem nela, estão agora arrepiados com os resultados do senhor Mélenchon como se isso fosse pior, ou uma mesma coisa. Não é, até porque Mélenchon dificilmente governará.
Em função dos resultados eleitorais nas eleições europeias e na primeira volta das legislativas, existia o risco real de a extrema-direita francesa poder ganhar a segunda volta das legislativas, com ou sem maioria absoluta, mas ganhar. As sondagens davam todas esse resultado, e isso gerou um sobressalto político em França. A extrema-direita francesa merece essa designação, muitas vezes usada de forma pouco rigorosa noutros casos. A genealogia do Rassemblement National vem do fundo dos anos 30, passa pela colaboração, pelas violências da Argélia francesa, pela figura de Le Pen, e pela sua herdeira, Marine Le Pen. Apesar de todas as tentativas de adocicar o ideário e a prática deste grupo nas suas diferentes encarnações, ele é um dos que na Europa melhor merece a classificação de extrema-direita e, se ganhasse as eleições, mais do que já ganhou, seria um grande abalo político em França e na Europa. Este era o problema político no dia 6 de Julho de 2024 e era um grande problema.
Comecei a bater os primeiros textos à máquina com 9 ou 10 anos. Lamentos. Pensamentos. Até argumentos. Sem falar das reportagens de jogos de futebol imaginários. Agora que penso nisso, criei um herói, que dava pelo nome de Xavier, e que era o maior jogador português de todos os tempos, depois do Eusébio.
O atual processo de decisão na Venezuela, drama de um xadrez geopolítico maior, leva-nos à radiografia histórica do voto. De cura a doença, o processo eleitoral do mundo tem muitas voltas.
Durante hora e meia, ouvi advogados relatar episódios da mais brutal violência policial e civil contra jornalistas que ousam ser isentos. Contaram cenas recorrentes de agressões físicas em público e em privado, que chegam a ameaçar a vida dos repórteres.