Grande recomeço

Keir Starmer promete resgatar o serviço público no Reino Unido

“Temos que devolver a política ao serviço público. Mostrar que a política pode ser uma força para o bem”, afirmou o novo premiê do Reino Unido, em seu primeiro discurso

Rory Arnold/ No 10 Downing Street
Rory Arnold/ No 10 Downing Street
Starmer falou em "mudança", mas também destacou "estabilidade" e "moderação"

São Paulo – Após vitória avassaladora do Partido Trabalhista, o novo primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou um “grande recomeço”. Depois do encontro com o rei Charles III, ele prometeu resgatar o serviço público no país, enfraquecido após 14 anos de governos conservadores. Além disso, destacando seu perfil “moderado”, se comprometeu a resgatar também a confiança na política.

“É certamente claro para todos que nosso país precisa de um grande recomeço, uma redescoberta de quem nós somos. Porque não importa quão ferozes são as tempestades da história, uma das grandes qualidades dessa nação sempre foi nossa habilidade de navegar em direção a águas mais calmas. Isso depende de políticos, particularmente aqueles que defendem a estabilidade e a moderação como eu defendo”, afirmou Starmer.

Em frente ao número 10 de Downing Street, sede do governo britânico, o novo ministro ressaltou que o povo britânico votou pela mudança. “Agora, nosso país votou decisivamente por mudanças e pelo retorno da política do serviço público. Temos que devolver a política ao serviço público. Mostrar que a política pode ser uma força para o bem”, afirmou.

Sua legenda conquistou mais de 410 assentos para o Parlamento, contra 120 dos Conservadores. Apesar disso, Starmer afirmou que “mudar um país não é como apertar o interruptor”. E que seu governo terá o “país em primeiro lugar, o partido em segundo”, prometendo governar para todos os britânicos. De perfil discreto, apelou pelo fim da “política de espetáculo”.

Ao mesmo tempo, Keir Starmer ressaltou a necessidade de escolas e casas acessíveis no país e prometeu “reconstruir” a “infraestrutura de oportunidades” do Reino Unido, fazendo isso “tijolo por tijolo”.

Finanças terá primeira mulher

Starmer também confirmou hoje o nome de Rachel Reeves como ministra das Finanças. A economista, de 45 anos, será a primeira mulher a comandar a economia britânica. Ela prometeu o ministério mais “pró-crescimento” da história do Reino Unido. Ao mesmo tempo, disse que vai trabalhar “de mãos dadas com as empresas”. Além do baixo crescimento, ela herda dos concersavores a maior carga tributária em sete décadas.

Formada em política, filosofia e economia em Oxford e mestre pela London School of Economics, Reeves trabalhou no Banco da Inglaterra e no Banco Central britânico, onde também atuou como correspondente em Washington. Ela se filiou ao Partido Trabalhista aos 16 anos e se tornou, nos últimos anos, a principal assessora econômica de Starmer, como líder da legenda.