Super Bowl: A nova dinastia contra a história

Kansas City Chiefs e San Francisco 49ers lutam pelo título da NFL num duelo fascinante

Costuma dizer-se que o que acontece em Las Vegas fica em Las Vegas. Neste caso, o que se vai passar em Las Vegas... será visto por todo o Mundo! É que a 58.ª edição do Super Bowl, a famosa final da NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos, joga-se esta noite, a partir das 23h30, na cidade conhecida pelos excessos e loucuras. Não é por acaso que San Francisco 49ers e Kansas City Chiefs vão lutar pelo troféu no luxuoso Allegiant Stadium, o segundo estádio mais caro de sempre (1,7 mil milhões de euros), que até uma mini discoteca colada ao campo tem.

Tudo o que acontece à volta do jogo é gigantesco mas, no fim de contas, 49ers e Chiefs só pensam conquistar o título. E o duelo promete ser fascinante, com a equipa incrivelmente apetrechada de San Francisco, que entrou nos playoffs como primeira cabeça-de-série da NFC, a tentar derrubar os campeões em título, que já estão a construir uma dinastia, ou não fosse esta a quarta viagem ao Super Bowl nos últimos cinco anos para os Chiefs, campeões em 1970, 2020, 2023.

Se os Chiefs do quarterback Pat Mahomes procuram consolidar-se como a grande potência da NFL, numa época em que a fase regular até foi algo abaixo do esperado, os 49ers tentam reativar a sua própria dinastia adormecida. Falamos de um franchise que conquistou os primeiros Super Bowls que disputou (1982, 1985, 1989, 1990 e 1995), à boleia de lendas como Joe Montana ou Jerry Rice, mas que perdeu fulgor, antes de voltar ao palco dos sonhos para cair em 2013 e 2020. Na última ocasião contra... os Chiefs. E há mesmo história em jogo. É que levar a melhor esta noite deixará os 49ers empatados com New England Patriots e Pittsburgh Steelers no recorde de títulos da história da NFL.

Contraste de estrelas

Com os quarterbacks (QB) sempre no centro da conversa, esse é, na verdade, um dos pontos de análise mais interessantes neste duelo brutal. De um lado, o famoso Mahomes, que ameaça reescrever a história e apresenta um currículo a ameaçar o que Tom Brady fez nos primeiros anos. Aos 28 anos, procura o terceiro anel na sexta época como titular, enquanto o lendário Brady garantiu o terceiro no quarto ano. Mas o QB já retirado fechou o recorde nos sete e há quem atire Mahomes para esses voos.

Do outro lado, surge a sensacional história de Cinderela de Brock Purdy. Um rapaz de 24 anos que foi a última escolha do Draft de 2022, o 262.º jogador a ser chamado, que poucas hipóteses teria sequer de ficar no plantel dos 49ers. A verdade é que o rookie deu nas vistas na época passada quando todos os que estavam à sua frente se lesionaram... até o próprio sofrer uma lesão complicada no cotovelo direito. Certo é que Purdy voltou com tudo este ano e pode ser o MVP.

Para se ter noção das diferenças até no peso que existe para a folha salarial, Mahomes tem um contrato de 450 milhões de dólares por dez anos, enquanto Purdy ainda joga com o contrato de rookie, que lhe dá 3,7 milhões ao longo de quatro temporadas. Há quem coloque em causa que Purdy ‘só’ funciona no sistema dos 49ers e que segue à boleia do talento à sua volta, mas Brock não quer saber: "Isto resume-se a fazer o meu trabalho bem durante mais três horas. Não me interessam histórias de paparazzi."

Resta saber se Purdy vai brilhar uma vez mais, com o runningback Christian McCaffrey, os wide receivers Deebo Samuel e Brandon Aiyuk e o tight end George Kittle, entre outros, à disposição no ataque. E também se Mahomes tem o toque de Midas para derrubar uma defesa não menos apetrechada dos 49ers, com o monstro Nick Bosa a ser um problema. Já para Pat, o melhor amigo Travis Kelce pode ser especialmente importante.

Olimpo dos treinadores

Secar a chuva de estrelas dos 49ers não será fácil, mas se há homem capaz de orquestrar um plano nesse sentido é Andy Reid. O treinador de 65 anos vai para o 5.º Super Bowl da carreira e procura o 3º título, que o pode ajudar a subir no Olimpo dos técnicos para um empate no terceiro posto com Bill Walsh e Joe Gibbs. Chegar aos seis de Bill Belichick parece duro, até porque se fala numa possível despedida de sonho de Reid, mas já é fácil perceber que este é um jogo carregado de história e estrelas. 

Usher assume palco no espetáculo do intervalo

O Super Bowl é um verdadeiro espetáculo com uma série de camadas de entretenimento de alcance planetário. A base será sempre o que se passa em campo com o foco no Troféu Vince Lombardi, mas há muitos outros pontos de interesse que trazem milhões de espectadores para o futebol americano, nem que seja por um dia. Os anúncios televisivos entram nessa lista, mas é impossível passar ao lado do espetáculo musical do intervalo, um verdadeiro evento em si mesmo.

Este ano, o Halftime Show fica a cargo de Usher, que sucede a Rihanna (2023), e à chuva de estrelas do hip hop de 2022, com Dr. Dre, Snoop Dogg, Eminem, Mary J. Blige, Kendrick Lamar e 50 Cent. Não são conhecidos pormenores da atuação de Usher, mantendo-se a expectativa sobre se haverá algum convidado especial no Allegiant Stadium. Vai ser mesmo uma questão de esperar para ver...

Costuma dizer-se que o que acontece em Las Vegas fica em Las Vegas. Neste caso, o que se vai passar em Las Vegas... será visto por todo o Mundo! É que a 58.ª edição do Super Bowl, a famosa final da NFL, a liga de futebol ...

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Por Pedro Gonçalo Pinto
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