Atleta, ator e... assassino: Morreu Orenthal James Simpson

Tinha 76 anos e lutava contra um cancro na próstata

O.J. Simpson, antigo jogador de futebol americano, morreu aos 76 anos, numa altura em que lutava contra um cancro na próstata. Um homem que fica eternamente ligado ao mediático duplo homicídio da ex-mulher Nicole Brown e do amigo Ronald Goldman, algo que ofuscou totalmente os anos em que brilhou nos relvados da NFL.

Ele que, à mercê dessa carreira de enorme sucesso no futebol americano, se tornou uma das primeiras estrelas negras dos Estados Unidos. "Não sou negro, sou O. J.", costumava dizer o antigo 'running back', figura maior durante vários anos da National Football League, o que lhe proporcionou fama e fortuna, tendo-lhe mesmo aberto as portas de uma nova carreira, como ator, em Hollywood.

Começamos precisamente pela carreira como desportista. Em 1968 foi escolha dos Buffalo Bills no draft e por lá ficou até 1977. Nas primeiras três temporadas não conseguiu mostrar tudo aquilo que valia e foi passando despercebido no sempre competitivo universo do futebol americano.

Lendário momento em que OJ mostra luva usada no crime

Cresceu gradualmente na equipa e em 1973 conseguiu o destaque de ser o primeiro jogador a correr mais de duas mil jardas numa temporada, algo que apenas foi registado por 7 jogadores na história. Em 1978 seguiu viagem para os San Francisco 49ers, onde ficou apenas um ano.

Feitas as contas, Orenthal James Simpson era craque mas não teve uma carreira condizente. Participou apenas num duelo dos playoffs, em 1974, e nunca ergueu o tão ambicionado Super Bowl. ficando para a história como um grande corredor e um dos primeiros negros a quebrar o estigma racial no desporto daquele país.

Quis o destino que fosse fora de campo que atingiu o mediatismo global. Em 1994, foi acusado de assassinar a ex-mulher Nicole Brown e o amigo Ronald Goldman, num julgamento que foi transmitido em todo o mundo e sobre o qual sempre caiu uma estranha teia de silêncio. Acabou absolvido após um longo julgamento que envolveu figuras proeminentes da sociedade civil norte-americana e muitos avanços e recuos.

Cuba Gooding Jr. no filme em que interpretou OJ

A queda abrupta de O. J. Simpson foi transmitida em direto na televisão, que acompanhou a perseguição policial que conduziu à sua detenção e seguiu depois, avidamente, todas as incidências do julgamento, monopolizado pela componente racial. Um verdadeiro show 'made in USA'.

Mais tarde, em 2007, voltou à barra dos tribunais de forma supreendente, uma vez que foi apanhado em Las Vegas, acusado de diversos crimes como assalto à mão armada, sequestro e formação de quadrilha. No ano seguinte foi considerado culpado de todas as acusações, foi castigado com 33 anos de prisão mas ao cabo de 9 saiu em liberdade condicional.

Em causa um assalto a um quarto de hotel em Las Vegas, com a ajuda de cinco homens, com o objetivo de recuperar objetos que considerava serem propriedade da sua família.

Em 2018 a Fox vai transmitiu uma entrevista inédita a Simpson. Na polémica entrevista – cuja transmissão foi aprovada pelas famílias das vítimas -, o antigo atleta voltou a falar sobre o que aconteceu na noite 12 de Junho de 1994 e deu pistas sobre o que terá acontecido, numa espécie de "confissão".

"Esqueçam tudo o que acreditam saber sobre aquela noite", disse à jornalista Judith Regan: "sou o único que sabe o que se passou. Toda a gente entendeu mal esta história."

No julgamento dos crimes cometidos num hotel em Las Vegas

Em 2006, as famílias das vítimas tinham impedido a transmissão da entrevista devido a uma das respostas de Simpson, segundo a imprensa internacional. "Se o fiz, tive a companhia de um cúmplice a noite toda", assegurou à Fox.

"Não me lembro de o ter feito, mas é óbvio que o fiz quando encontraram lá a minha luva", explicou.

A seguir revelou que Ron adotou uma posição defensiva, de karaté: "Quando as coisas ficaram mais tensas, lembro-me que a Nicole caiu e ficou magoada. E este outro tipo começou a fazer uma posição qualquer de karaté. Perguntei-lhe se achava mesmo que me ia bater... Depois peguei na faca e, para ser honesto, não me lembro do que aconteceu, excepto que estava ali em pé e estava rodeado de todo o tipo de ‘cenas’ à minha volta - sangue e objetos pelo chão."

Uma das personagens mais sombrias do desporto norte-americano e que serviu de base para filmes, documentários, livros e até músicas. Partiu hoje, aos 76 anos.

O.J. Simpson, antigo jogador de futebol americano, morreu aos 76 anos, numa altura em que lutava contra um cancro na próstata. Um homem que fica eternamente ligado ao mediático duplo homicídio da ex-mulher Nicole Brown e do amigo ...

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Por João Seixas e Record
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