Com o mercado a ferver... em lume brando, ao ritmo imposto pelo Europeu e (menos) pela Copa América, o Sporting ainda não fez 'a' grande venda que terá de acontecer para que a SAD mantenha o equilíbrio das contas. Mas enquanto prepara um encaixe que assegure, para lá de qualquer ameaça, a saúde financeira à entrada de uma nova época, a administração de Frederico Varandas não está propriamente com a calculadora a zero, longe disso.
Na verdade, quase sem sair do lugar, beneficiando principalmente de negócios alheios e de contingências, o leão já viu entrar nos seus cofres nada menos do que 23 milhões de euros, um valor 'simpático', que ao dia de hoje cobre o investimento fixo nos dois reforços já contratados.
Mas vamos à fatura: o guarda-redes Kovacevic, ex-Raków, custou 4,8 milhões de euros, sem variáveis (calculadas em 1,2 M€); o defesa-central Zeno Debast, ex-Anderlecht, apresentado na quinta-feira, implicou um gasto de 15,5 milhões de euros, aos quais poderão acrescer objetivos (até 5,5 M€). Ou seja, deixando de fora os valores que ainda dependem de metas individuais e/ou coletivas, o Sporting comprometeu 20,3 milhões de euros até agora, menos do que os tais 23 M€ que tem em linha de caixa, fruto de operações com cinco jogadores realizadas, ou iminentes, nesta janela de transferências. A saber: a venda de Paulinho para o Toluca, que rendeu 7 milhões de euros; a saída de Fatawu para o Leicester, a título definitivo, que garante 9,1 milhões; outro empréstimo transformado em receita, no caso de 2 M€, com a mudança de Nazinho para o Cercle Brugge; e o retorno com duas transferências que envolvem clubes terceiros e beneficiam o Sporting por via do direito a 10% e ao mecanismo de solidariedade – Palhinha, ao trocar o Fulham pelo Bayern Munique, 'carrega' mais 3,3 milhões de euros no verde; Renato Veiga, de todos o mais surprendente, transporta mais 1,66 M€ para Alvalade, ao deixar o Basileia para rumar ao Chelsea [mais informação na página 31].
Curioso, e significativo, é o facto de entre estes cinco 'ativos', somente um, Paulinho, ter saído diretamente do plantel da época passada. O que mostra que um grande negócio não é só aquele que assegura muitos milhões de uma vez, e que em regra tem maiores custos desportivos, mas pode ser a soma de vários pequenos acordos que, juntos, compõem o balanço dos clubes e contribuem para minorar o impacto na equipa.
O Sporting, já se sabe, ainda deverá perder pelo menos um habitual titular até ao fecho do mercado, mas os 23 milhões já amealhados não só pagam Kovacevic e Debast como dão maior conforto para o que aí vem.
Números
117,2 milhões de euros foi quanto o Sporting encaixou no verão, há um ano, com destaque para Ugarte (48 M€), Porro (40 M€), Chermiti (12,5 M€) e Tiago Tomás (8,8 M€)
100 milhões é a cláusula de rescisão de Gyökeres, o ativo mais valioso do plantel e aquele que poderá garantir a maior receita. O plano dos leões passa por segurar o avançado por mais uma época. Inácio, Diomande ou Edwards são candidatos a sair
50% do valor que o Sporting faz em vendas costuma ser reinvestido em compras, na era Varandas. A mesma métrica deverá ser aplicada neste mercado
Com o mercado a ferver... em lume brando, ao ritmo imposto pelo Europeu e (menos) pela Copa América, o Sporting ainda não fez 'a' grande venda que terá de acontecer para que a SAD mantenha o equilíbrio das contas. Mas enquanto ...