Ivanildo Fernandes: «Rafael Leão não se importa com o que falam ou deixam de falar sobre ele»
Central partilhou balneário com o ex-Sporting, criticado desde a sua saída de Alvalade, durante largos anos. Em entrevista a Record, diz ver no extremo "um dos melhores do Mundo na sua posição"
R- Nasceu em Portugal e fez o percurso pelas seleções jovens até aos sub-21, por isso conhece bem alguns dos jogadores que estão no Europeu. Que hipóteses de sucesso dá a Portugal na competição?
IF - Portugal é sempre um dos favoritos a ganhar o Europeu, já o conseguiu em 2016. A Seleção é muito boa, cheia de qualidade e com jovens com grande talento. E depois temos o nosso grande ídolo Ronaldo, que a qualquer momento pode resolver. Se é o meu ídolo? Sim, desde pequenino. Sempre o admirei muito. Trabalhou muito para estar onde está e identifico-me com ele por isso.
R - Tem relação próxima com o Rafael Leão. Está no ponto de rebuçado para ser uma grande figura?
IF - Ele está numa forma incrível. Evoluiu muito como jogador. Para mim, é um dos melhores na sua posição a nível mundial. Basta ver o que faz no Milan e na Seleção. Que seja feliz como ele é com bola. É o único jogador que vejo que está sempre a sorrir em campo. Diverte-se a jogar à bola. É isso que precisamos de ter cada vez mais nos nossos extremos. Desejo-lhe muito sucesso.
R - Ele é uma das joias do Milan, mas foi criticado por uma franja de adeptos do Sporting pela forma como saiu do clube. Conhecendo-o, como é que ele lida com esses comentários?
IF - Acho que ele não se importa. Como jogadores, temos de nos abstrair do mundo exterior do que não nos faz bem. Ele não se importa com o que falam ou deixam de falar sobre ele. É feliz a fazer o que faz. É assim que tem de ser. Não podemos ligar a provocações externas, quer tenham, ou não, razão. Ele está ali para jogar à bola.
R - Apesar de ter esse passado com a seleção portuguesa, no ano passado decidiu representar Cabo Verde. Como foi o processo dessa tomada de decisão?
IF - O Jovane teve influência nessa minha decisão. Mas também era algo que já tinha ponderado. Fiz o percurso pelas camadas jovens de Portugal mas chega a uma altura que é difícil seguir para a equipa principal. TInha dito lá em casa à minha família com 24 ou 25 anos, que chegaria a uma altura em que teria de escolher. Os meus pais são cabo-verdianos, sabia que havia essa possibilidade. Vi uma oportunidade no ano passado e aproveitei-a. Apresentaram-me um bom projeto, tanto que a nossa seleção fez história no ano passado com o apuramento para a CAN com um jogo ainda por disputar. Temos uma seleção forte, vai continuar a crescer. Acredito que a geração que vem aí vai acrescentar muito a Cabo Verde. Cada vez mais a seleção vai tendo mais qualidade e vamos fazer o povo acreditar.
R - Como reagiram os seus pais?
IF - Ficaram contentes, foi o país onde nasceram, apesar de terem vindo, jovens, para a Europa à procura de condições melhores. Tenho muitos familiares que ainda vivem lá, todos os anos vou a Cabo Verde visitá-los. No meu primeiro jogo tinha muita da minha família a assistir. Foi um orgulho. Acho que fiz uma boa escolha.
R - Cabo Verde fez uma grande CAN e está a disputar o acesso ao Mundial’2026. Apesar de estar num grupo com os Camarões e Angola, é um objetivo obrigatório para confirmar a ascensão da seleção?
IF - Exatamente. Devido à CAN que os meus colegas fizeram, são claramente favoritos a passar à próxima fase do Mundial. Sabemos como é o futebol, nunca há certezas, mas acredito que a seleção vai conseguir atingir esse objetivo.
R - Apesar de não ter integrado as últimas convocatórias, por lesão, essa possível presença num Mundial é um sonho seu?
IF - Para mim seria um sonho jogar um Mundial. Espero fazer parte das próximas convocatórias. Seria muito bom ter esse privilégio.
R- Nasceu em Portugal e fez o percurso pelas seleções jovens até aos sub-21, por isso conhece bem alguns dos jogadores que estão no Europeu. Que hipóteses de sucesso dá a Portugal na competiçã...
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