Hjulmand em exclusivo a Record: «Amorim pediu-me que fosse o coração da equipa»

Médio dinamarquês é um guerreiro nos relvados... e um livro aberto fora deles

• Foto: Pedro Ferreira

Um guerreiro nos relvados, um livro aberto fora deles e um dos obreiros do título. Do futebol à vida pessoal, o médio de 24 anos conta tudo e garante que quer... ficar!

RECORD - Morten Hjulmand, campeão nacional. A frase soa-lhe bem?
HJULMAND – É incrível. Esse era o meu grande objetivo quando decidi vir para o Sporting. Foi uma temporada longa, mas o sentimento é incrível.

Depois da Dinamarca, da Áustria e de Itália, conquistou em Portugal o primeiro título numa divisão principal. Tem um sabor ainda mais especial por isso?
A carreira tem tudo a ver com troféus. Portanto, significa muito vencer um título, especialmente num clube como o Sporting.

No verão foi disputado por várias equipas, apostou no Sporting e... acertou. Disse na altura que o clube tinha "um plano" para si e que Rúben Amorim "deixou tudo muito claro". Como é que o convenceram a vir?
Tivemos uma boa conversa sobre o que seria o meu papel e futuro na equipa e como podia evoluir como jogador. O míster e o Hugo Viana mostraram-me coisas sobre o sistema, a forma de jogar e como eu podia encaixar. Concordei e pensei que podia dar um grande salto ao vir para o Sporting e ajudar na ambição que eles tinham de vencer o título.

Foi importante terem-lhe dado tempo para pensar?
Gosto de pensar bem sobre as coisas, procurar tudo acerca do clube e perceber se é o passo certo. Estou muito contente que me tenham dado esse tempo para pensar em tudo e ter 100% de certeza sobre a minha decisão e sobre tudo à minha volta, na minha vida privada. O Sporting não me pressionou e estou-lhes agradecido por isso. É importante para qualquer jogador pensar em todos os cenários, se é ou não a escolha certa. Para mim, foi a decisão correta. Apesar de ter demorado algumas semanas até estar fechada, mas precisava de pensar sobre algumas coisas.

Estava no Lecce e no campeonato italiano, um dos principais na Europa. Alguns jogadores podiam ver Portugal como um passo atrás ou algo menos atrativo. Isso passou-lhe pela cabeça?
Não, esse pensamento nunca esteve na minha cabeça. Sabia que iríamos lutar pelo topo do campeonato português, que iríamos jogar na Liga Europa e lutar por troféus. Foi um salto na minha carreira chegar a um clube como este. Um grande salto!

Para um estrangeiro, é possível perceber a dimensão do título? Até porque o clube vinha de um 4.º lugar na época anterior.
Para mim foi importante perceber e aprender rapidamente a história do clube. Precisei de ouvir opiniões de outros jogadores, de treinadores e até de adeptos do Sporting. Mas também sobre a época passada. Eles não ficaram satisfeitos com esse ano. Por isso, enquanto estrangeiro, precisas de te adaptar e aprender rapidamente sobre o clube e o quão grande ele realmente é. E perceber o quanto significa para os adeptos ser campeão.

Uma dessas pessoas com quem falou foi Peter Schmeichel, seu compatriota, ex-jogador e também ele campeão pelo Sporting. Voltaram a falar?
Foi bom falar com ele quando cheguei ao Sporting, porque contou-me histórias sobre a importância do clube em Portugal. Mas não falei com ele depois do título.

O Schmeichel é um ídolo para a maioria dos sportinguistas. Sente que também já está para eles nesse patamar?
Não, não sinto isso. Percebo que ele o seja pelas qualidades que tinha como jogador e pela sua carreira. Mas é difícil dizer que sou um ídolo. Acho que têm de perguntar isso aos adeptos.

E acredita que já está num clube de topo na Europa?
Antes de assinar, sabia que era um dos maiores na Europa e ainda penso que o é. Basta olhar para a história que o Sporting tem, mas também para a maneira como jogámos esta temporada. Isso confirma que o Sporting é um dos maiores clubes na Europa.

A época que fez gerou o interesse de vários clubes. Pode prometer aos adeptos que vai ficar?
Posso dizer que este período no Sporting tem sido incrível. Gosto verdadeiramente de vir treinar todos os dias, gosto de viver em Portugal e ainda tenho um contrato de longa duração [até 2028] com o Sporting. Claro que quero continuar no clube!

Man. United, Tottenham, Barcelona... Passam ao lado?
Não pensei nada sobre isso. Há rumores a toda a hora sobre diferentes jogadores, treinadores e clubes. É normal. Não é algo com que um jogador deva perder energia ou perder tempo. Precisamos de ter a cabeça focada noutro sítio: aqui, no nosso dia a dia, quando temos tantos jogos para disputar.

Já admitiu que a Premier League é um sonho. Ainda o é?
Talvez um dia seja a altura certa de rumar à Premier League... Mas sinto-me muito contente onde estou atualmente e com a minha vida no Sporting.

Amorim é de alguma forma diferente dos anteriores treinadores que teve? Foi o que o fez evoluir mais como jogador?
Antes de assinar, ele mostrou-me como poderia ser melhor jogador. Falou-me sobretudo sobre o posicionamento da equipa e de como eu tinha de ser mais ativo na forma de receber a bola. Fez-me estar sempre pronto para receber, jogar no jogador mais próximo e tentar jogar sempre para a frente. Pediu-me que eu fosse o coração da equipa que conecta com todos. Houve coisas em que tive de melhorar. Outros treinadores também me pediram para ser mais físico e ativo no jogo, porque viram que antes eu era principalmente um jogador defensivo. Foi uma das coisas que me fez melhorar como jogador. O míster Amorim torna as coisas muito claras para o jogador: sobre a sua visão, sobre o jogo em si, sobre como vê o teu caráter e como acha que podes melhorar. É muito bom na forma como trata os jogadores. Não o conhecia como treinador e pessoa. Mas quando me juntei à equipa, tive uma ideia de como era o trabalho dele até com o staff e durante os treinos.

Ele disse que o Hjulmand é ainda mais completo do que o Palhinha e o Ugarte. Imaginamos que seja motivo de orgulho.
Acima de tudo fico muito orgulhoso que o treinador fale de mim em relação ao Palhinha e ao Ugarte. Conhecia-os antes de assinar pelo Sporting e tenho visto jogos deles esta época. São dois jogadores incríveis, por isso ser comparado aos dois deixa-me orgulhoso. Sabia bem as qualidades que eles tinham no sistema do míster e precisava de trazer algo parecido.

Em que aspetos sente que evoluiu? E, pelo contrário, em que áreas tem de melhorar?
Adoro trabalhar todos os dias porque sei que há muito em que posso fazer ainda melhor. É disso que gosto no meu trabalho: posso sempre evoluir mais como jogador e como pessoa. Tenho de melhorar sobretudo com bola. No meu antigo clube, no Lecce, precisava de defender mais; aqui, no Sporting, é um clube com uma mentalidade totalmente diferente. Temos mais posse de bola, atacamos de maneira diferente... Tive de me adaptar a esse estilo de jogo. Precisei de algum tempo no início, mas acho que me adaptei bem. Tenho de me tornar num médio ainda mais completo.
Um guerreiro nos relvados, um livro aberto fora deles e um dos obreiros do título. Do futebol à vida pessoal, o médio de 24 anos conta tudo e garante que quer... ficar!

Aceda ao Record
sem limites, no pc
e no smartphone ASSINAR POR 1€ por 1 mês
Por Filipe Balreira e Ricardo Granada
2
Deixe o seu comentário
PUB

Assinatura Digital Record Premium

Para si, toda a
informação exclusiva
sempre acessível

A primeira página do Record e o acesso ao ePaper do jornal.

Aceder
apenas 1€ por mês
experimente sem compromisso e garanta o seu lugar na bancada da melhor informação desportiva.
  • conteúdo record em qualquer sítio e a toda a hora
  • acesso no pc, tablet e smartphone
  • versão epaper do jornal no dia anterior
  • conteúdos exclusivos para assinantes
  • suplementos especiais
PUB
PUB
PUB
PUB

Ultimas de Sporting

Notícias

Notícias Mais Vistas

PUB