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A promessa que nunca se concretizou, a irmandade com Jovane e a admiração por Coates: Ivanildo Fernandes conta tudo

Central ex-Sporting em entrevista a Record

• Foto: Bruno Colaço/Record

R - Em fevereiro de 2020 disse, em entrevista ao Record, que queria "voltar para o Sporting e ter uma oportunidade". Ela acabou por nunca surgir. Mesmo assim, achas que a merecia? 

IF- Estive 8 anos ligado ao Sporting. Quando saí fiquei um bocadinho triste por não ter conseguido esse objetivo, para ser muito sincero. Achava que um dia ia estrear-me pela equipa principal. Não tive essa oportunidade... No futuro, se tudo correr bem, acho que ainda posso realizar esse objetivo. Se a porta se mantém aberta? Claro! 

R - Em 2017 ficou perto quando foi convocado por Jorge Jesus para um jogo contra o Famalicão. Ficou um amargo de boca? 

IF - Ficou, mas sabia que ia ser difícil entrar. Foi um passo que dei em frente. Estava perto de atingir esse objetivo, fiquei obviamente um bocadinho desiludido por não o conseguir, mas não guardo rancor. Simplesmente não se deu. 

R - Nessa altura foi várias vezes chamado aos treinos da equipa A. Como foi trabalhar com o míster Jesus? 

IF - Ainda levei umas boas duras! (risos) Mas aprendi muito. Tenho uma que nunca mais me esqueço, foi aí que fiz um clique. Era capitão da equipa B e ia muitas vezes à equipa A treinar. Houve uma situação de jogo em que eu defendi mal e o míster disse-me: ‘Fogo, pensas que isto é a equipa B em que jogas a 10 à hora e és um craque do c... Aqui é para trabalhar!". Deu-me o clique. Sabia que na equipa B estava confortável, mas que na equipa A tinha de trabalhar o dobro dos meus colegas para poder fazer parte do plantel. O míster Jesus é muito exigente, principalmente com a linha defensiva. Aprendi muito com ele. É um excelente treinador.  

R - Anos mais tarde, em 2019, integrou a pré-época com o Marcel Keizer. No início dos trabalhos sentiu que essa seria a grande oportunidade ou já sabia de antemão que seria difícil ficar no plantel?  

IF - Nesse ano achei que seria o quatro central da equipa principal. Pensei mesmo, de fundo do coração, que ia ser. Tanto que até me falaram nisso na altura. Mas são águas passadas... O que está para trás fica para trás.  

R - Olhando para trás, ficou algum arrependimento ou alguma mágoa? 

IF - Não, porque fui muito feliz no Sporting. Tirando na reta final. Fiz amizades com grandes jogadores e grandes treinadores. A única coisa que mudaria era poder ter-me estreado pela equipa principal, mas de resto não me arrependo de nada. 

R - E ficou uma ligação forte com algum jogador ou treinador? 

IF - Tenho uma ligação muito forte com o Jovane. Nem o posso considerar só amigo, é um irmão. Falamos quase todos os dias, apoiamo-nos incondicionalmente. E o Gerson Queiroz, não sei se ainda é team manager da equipa principal. É uma pessoa que guardo no coração, ajudou-me muito em todas as fases no Sporting. E ainda mantemos contacto. 

R - Disse em mais do que uma ocasião que tem admiração pelo Coates. O que é que faz dele um jogador diferente dos outros? 

IF - É uma referência. Ajudou-me muito nos treinos, aprendi muito com ele. É um central forte no jogo aéreo. Admirava-o muito também pela relação com bola, calmo. Como sempre fui um central que gosta de ter bola, gostava muito da serenidade dele. Como capitão é um exemplo a seguir. Todos os miúdos que sobem da equipa B para a equipa principal vêm nele o que ele realmente é: um líder.
R - Em fevereiro de 2020 disse, em entrevista ao Record, que queria "voltar para o Sporting e ter uma oportunidade". Ela acabou por nunca surgir. Mesmo assim, achas que a merecia? 

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Por Ricardo Granada
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