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Evra e a subida do Estrela: «É o caos. Não estávamos preparados para isto»

Antigo internacional francês lembrou sofrimento da subida e deixou promessa

• Foto: Pedro Ferreira

Há três semanas, quando o Estrela da Amadora recebeu o Marítimo na primeira mão do playoff, Patrice Evra foi a figura principal nas bancadas do Estádio José Gomes. Grande nome da história do futebol mundial, o francês vivia um momento histórico enquanto novo dono do clube da Amadora e logo aí começou a criar uma forte ligação ao clube. Deu sorte com a sua presença, mercê da vitória por 2-1, mas na segunda mão já não conseguiu estar presente. Mas isso não fez com que se tivesse desligado. Em Manchester, enquanto participava no jogo de lendas Soccer Aid, o francês tentou seguir a par e passo as emoções do jogo, deixando tudo e todos... confusos.

"Estava a ver pelo telemóvel, a gritar, a cantar. Estávamos no minuto 95", lembrou o francês, numa longa entrevista ao 'The Times'. Até que, aos 90'+6, os insulares marcaram. E Evra não escondeu a desilusão. "As pessoas começaram: 'Patrice, o que se passa? Acabámos de ganhar o jogo para a Unicef'. E eu respondo 'adoro a Unicef, mas tenho algo mais importante e o Marítimo acabou de marcar".

Seguia-se um desempate por penáltis, que deixou Evra à beira de um ataque de nervos. "O meu primo estava na parte da frente do carro e eu disse-lhe que não queria ver nada, para não me dizer. Só para gritar quando marcássemos ou eles falhassem. De repente, ele começa a gritar." Era o sinal que faltava: o Estrela estava de volta à elite. "Foi horrível, horrível, estava completamente sem energia para celebrar. Estava como se estivesse nu, sem qualquer energai depois disso".

Foi um ponto de viragem no seu investimento, com uma subida bem antes do previsto. "De momento, como costumo dizer, é o caos. Não estávamos preparados para isto, mas as pessoas são muito determinadas e apaixonadas, e vamos garantir que conseguimos começar a época da forma correta. É essa a nossa prioridade. Não quero falar do projeto. A prioridade são os jogadores e quando eles regressarem dentro de duas semas. Têm menos duas semanas [de descanso] do que todos os outros. É caótico. O meu foco são os jogadores, garantir que quando chegarem tenham o centro de treinos prontos e perceber que posições o treinador quer reforçar. É um grande trabalho e não sei por que me envolvi nisto. Estava a viver uma vida calma. Espero que o clube se dê bem nos próximos dois anos e não me cresça nenhum cabelo branco", gracejou o antigo internacional francês.

"Quando ouvi a história do Estrela, e tendo eu vindo de uma infância pobre, lembrou-me do dia em que comecei no futebol. E isso fez-me ser como sempre disse: se eu fui bem sucedido, agora quero ajudar as pessoas. As pessoas envolvidas são boas pessoas, têm um bom projeto e uma mente positiva, por isso aceitei. Acolheram-me na família de imediato. Lembrou-me imenso a minha infância e diria que farei tudo por este clube. Até já concluí o meu curso de treinador e posso treinar qualquer equipa, mas às vezes, quando deixas o futebol, as pessoas querem ver-te como treinador ou comentador, mas não te querem ver como a pessoa que se senta na mesa como dono do clube. Eu estou a tentar mudar isso tudo. E correu tão bem, que em oito meses garantimos a promoção ao escalão principal. É uma loucura!"

Para 2023/24, na Liga Bwin, Evra sabe que a história será diferente. "Vamos agora para algo que sabemos que não será fácil, mas vamos tentar, colocar o máximo de dinheiro no clube, de forma a preparar a melhor equipa para o treinador. Ele [Sérgio Vieira] foi muito claro: se não tiver uma equipa para competir, não fico. Temos de lhe dar o poder e todas as ferramentas para lidar com equipas como Sporting, Benfica e FC Porto. Dizer o nome dessas equipas faz-me sonhar, tanto pelos meus jogadores, o meu staff e a minha equipa", finalizou.

Por Fábio Lima
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