Zénite na Bobadela: as ruínas em que o teatro de Sílvio Vieira sobrevive

No final da sua trilogia, o autor e encenador criou um teatro provisório no vale do Trancão. Zénite, até 21 de Julho, é um desafio ao olhar e ao lugar que o público ocupa num teatro.

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Zénite, com encenação de Sílvio Vieira, usa entulho das obras do Teatro Nacional D. Maria II Filipe Ferreira
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Apercebemo-nos primeiro de um pequeno barco que desce o rio. Está, talvez, a dois quilómetros, é um ponto pequenino lá em baixo, com quatro pessoas a bordo e que vai navegando lentamente as águas. Não é logo claro se o barco faz ou não parte do espectáculo. Mas depois percebemos que sim, à medida que uma voz de mulher vai descrevendo a paisagem, como se numa aula de anatomia, chamando àquele curso de água (enfiado no fundo de um vale) um “corpo com espinha aguada ao centro, conectada a um órgão maior e que se perde de vista”.

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