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Futebol feminino

Guia do futebol feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024

Marta vai disputar sua sexta olimpíada no futebol feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Marta vai disputar sua sexta olimpíada no futebol feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 (Leandro Lopes/CBF)

Tabela do futebol feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024

GRUPO A

PosTimePtsJVPróContra
163265
233152
333144
403026

GRUPO B

PosTimePtsJVPróContra
11244102
263285
3331710
4030613

GRUPO C

PosTimePtsJVPróContra
193351
264265
333124
403015
Quartas de Final Semifinal Final
França  
3 de agosto de 2024
16:00
 
6 de agosto de 2024
16:00
Brasil
  
Espanha
10 de agosto de 2024
12:00
3 de agosto de 2024
espanha bandeira 12:00
 
 
Colômbia
 
Estados Unidos
3 de agosto de 2024
bandeira estados unidos 1 (ET)-0
 
6 de agosto de 2024
13:00
Japão
  
Canadá 
3 de agosto de 2024
14:00
 
 
Alemanha
Quartas de Final Semifinal Final Semifinal Quartas de Final
França   Estados Unidos
3 de agosto de 2024
16:00
3 de agosto de 2024
bandeira estados unidos 1 (ET)-0
  
6 de agosto de 2024
16:00
6 de agosto de 2024
13:00
Brasil Japão
 
10 de agosto de 2024
12:00
 
Espanha Canadá
3 de agosto de 2024
espanha bandeira 12:00
 
3 de agosto de 2024
14:00
  
  
ColômbiaAlemanha

MEDALHA DE BRONZE

Disputa de terceiro e quarto lguar
  
 
 
9 de agosto de 2024
10:00
 
 
 
 
 
 
 
Disputa de terceiro e quarto lguar
   
   
9 de agosto de 2024
10:00
 
   

Chances do Brasil no futebol feminino

Depois do vexame na Copa do Mundo do ano passado, quando foi eliminada na primeira fase, a seleção brasileira de futebol feminino sonha com uma boa campanha nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A CBF trocou a técnica sueca Pia Sundhage por Arthur Elias, multicampeão pelo Corinthians. Em 15 jogos sob o comando do novo treinador, foram dez vitórias, dois empates e três derrotas, 34 gols marcados e 11 sofridos.

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Nesse período, entretanto, a seleção brasileira de futebol feminino não teve pela frente nenhum adversário europeu. A principal competição que disputou foi a Copa Ouro, disputadas nos Estados Unidos, entre países das Américas. Após cinco vitórias seguidas, o Brasil chegou à final e foi derrotado pelas donas da casa por 1 a 0.

Além dos Estados Unidos, o Brasil enfrentou, desde que Arthur Elias assumiu a seleção brasileira de futebol feminino, outros três adversários que estarão nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Foram três jogos contra Canadá e Japão, com uma vitória, um empate e uma derrota contra cada um, e a Colômbia, derrotada por 1 a 0 na primeira fase da Copa do Mundo.

Boa fase na NWSL

Meia Kerolin é cortada da seleção brasileira feminina por conta da grave lesão (Thais Magalhães/CBF)
Kerolin está voltando de lesão e é uma das apostas de Arthur Elias (Thais Magalhães/CBF)

Apesar do cenário não ser dos mais otimistas, é possível ter esperanças do Brasil surpreender e chegar numa medalha. Há uma boa mistura entre experiência e juventude entre as 18 convocadas. Além disso, Rafaelle, Adriana e Marta vivem um ótimo momento na NWSL, a liga profissional dos Estados Unidos. As três defendem o Orlando Pride e as três têm tido participação importante na campanha do líder da competição.

O ponto de interrogação fica por conta de Kerolin. Eleita a MVP da temporada passada da NWSL, a jogadora do North Carolina Courage não joga desde outubro. Ela rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho, passou por cirurgia e está em fase final de recuperação.

As convocadas do Brasil para os Jogos Olímpicos de Paris-2024

GOLEIRAS:
Lorena – Grêmio
Tainá – América-MG

ZAGUEIRAS:
Tarciane – Houston Dash (EUA)
Rafaelle – Orlando Pride (EUA)
Thais Ferreira – UD Tenerife (ESP)

LATERAIS:
Antônia – CBF
Tamires – Corinthians 
Yasmim – Corinthians

MEIO-CAMPISTAS:
Yaya – Corinthians
Duda Sampaio – Corinthians
Ana Vitória – Atlético de Madrid (ESP)

ATACANTES
Gabi Portilho – Corinthians
Adriana – Orlando Pride (EUA)
Kerolin – North Carolina Courage (EUA)
Ludmilla – CBF
Marta – Orlando Pride (EUA)
Jheniffer – Corinthians
Gabi Nunes – Levante (ESP)

Favoritos do futebol feminino

Comemoração das jogadoras da Espanha
A campeã mundial Espanha entra como uma das favoritas em Paris-2024 (Fifa)

Nos últimos tempos, tem sido difícil apontar favoritos quando se trata de futebol feminino. Há um equilíbrio muito grande entre as principais forças e sempre há chance de acontecer uma surpresa. Foi assim em Tóquio-2020. Antes dos Jogos Olímpicos começarem, ninguém apostaria no Canadá como campeão, mas foi isso que aconteceu. Com dois empates e uma vitória, as canadenses passaram sem brilho pela primeira fase, venceu o Brasil nos pênaltis depois de um 0 a 0 nas quartas, surpreendeu os favoritos Estados Unidos com um magro 1 a 0 nas semifinais e levou o título nas penalidades depois de empatar em 1 a 1 com a Suécia na decisão. Foram campeãs com apenas duas vitórias em seis jogos.

Na Copa do Mundo do ano passado, a Espanha, eliminada na Eurocopa pela Inglaterra, que seria campeã, nas quartas de final, era apontada como uma boa seleção, mas não como favorita. Na primeira fase, chegou a levar de 4 a 0 no Japão, mas se classificou em segundo no grupo e embalou a partir das oitavas de final. Depois de golear a Suíça por 5 a 0, passou por três duríssimos adversários: Holanda (2 a 1), Suécia (2 a 1) e Inglaterra (1 a 0) para conquistar o título.

Força europeia

Com esse retrospecto, a Espanha, das craques Aitana Bonmatí, Jenni Hermoso e Salma Paralluelo, chegam a Paris-2024 como candidata à medalha no futebol feminino. A França, que parou nas quartas na Copa do Mundo e foi terceira no último Europeu, também está cotada, ainda mais por jogar em casa. A Alemanha, apesar de ter sido eliminada na primeira fase no Mundial, foi terceira colocada na Eurocopa e pode voltar a mostrar sua força nos Jogos Olímpicos.

De fora da Europa, o Japão, responsável pela única derrota da Espanha na última Copa do Mundo, e a Austrália, que ficou em quarto no Mundial, não podem ser descartados. Além dos Estados Unidos, historicamente a grande potência da modalidade. Já Canadá e Brasil correm por fora, tentando surpreender como as canadenses conseguiram fazer em Tóquio-2020. Colômbia, Nigéria, Zâmbia e Nova Zelândia são azarões.

Ranking mundial do futebol feminino

Confira a posição no ranking mundial dos classificados para a disputa do torneio de futebol feminino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024.

  • Espanha – 1º lugar
  • França – 2º lugar
  • Alemanha – 4º lugar
  • Estados Unidos – 5º lugar
  • Japão – 7º lugar
  • Canadá – 8º lugar
  • Brasil – 9º lugar
  • Austrália – 12º lugar
  • Colômbia – 22º lugar
  • Nova Zelândia – 28º lugar
  • Nigéria – 36º lugar
  • Zâmbia – 64º lugar

Regulamento do futebol feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024

Doze países, divididos em três grupos de quatro disputam a primeira fase do torneio de futebol feminino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Avançam para as quartas-de-final os primeiros e segundos colocados de cada grupo, além dos dois melhores terceiros colocados.

Na fase final, os times são divididos em duas chaves. De um lado, o vencedor do Grupo A enfrenta um dos melhores terceiros colocados e o vencedor do Grupo C enfrenta o outro melhor terceiro colocado. Os vencedores destas duas partidas se enfrentam na semifinal. Do outro lado, o vencedor do grupo B enfrenta o segundo colocado do grupo C e o segundo colocado do grupo A enfrenta o vice-líder do Grupo B. Os vencedores se enfrentam em uma semifinal.

Sedes do futebol feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024

Parc des Princes

Parc des Princes Paris-2024
  • Capacidade: 48.712 espectadores
  • Esportes: Futebol

O Parc des Princes, situado no sudoeste de Paris, é conhecido como a casa do Paris Saint-Germain. Durante os Jogos Olímpicos, o estádio será dedicado exclusivamente às competições de futebol.

Parc Olympique Lyonnais

Parc Olympique Lyonnais
  • Capacidade: 59.286 espectadores
  • Esportes: Futebol

Localizado em Lyon, este estádio será outro importante local para as competições de futebol, garantindo grandes emoções para os torcedores. Além dos jogos do Lyon, o estádio já recebeu diversos eventos de alto nível, incluindo uma das semifinais da Euro 2016 e a final da Liga Europa em 2018, além de shows com estrelas internacionais, como Rihanna e Ed Sheeran.

Stade Bordeaux

  • Capacidade: 42.000 espectadores
  • Esportes: Futebol

Localizado em Bordeaux, este estádio moderno será uma das sedes das competições de futebol, garantindo grandes momentos para os fãs do esporte. Foi construído para a França sediar a Euro 2016 no futebol. Concluído em 2015, fica entre os jardins do Parc Floral e a floresta de Bois de Bordeaux, tornando-se a principal vitrine esportiva da capital mundial do vinho. Projetado pelos arquitetos Herzog & De Meuron, que também criaram o Estádio Olímpico de Pequim.

Stade de Nice

Stade de Nice Paris-2024
  • Capacidade: 35.000 espectadores
  • Esportes: Futebol

O Stade de Nice, conhecido por sua arquitetura moderna, será mais uma sede das competições de futebol, contribuindo para a diversidade dos locais olímpicos. É um local ultramoderno localizado perto do Mediterrâneo, na costa sul da França

Stade Geoffrey Guichard

ESTÁDIO GEOFFROY GUICHARD
  • Capacidade: 42.000 espectadores
  • Esportes: Futebol

O Estádio Geoffrey Guichard, localizado em Saint-Étienne, será uma das sedes das competições de futebol, conhecido por sua atmosfera vibrante e tradição no esporte.

Stade La Beaujoire

Stade La Beaujoire
  • Capacidade: 37.473 espectadores
  • Esportes: Futebol

Situado em Nantes, o Estádio La Beaujoire foi criado para sediar a Euro de 1984. Principal sede esportiva da cidade, o Beaujoire recebe diversos jogos de alto nível das principais competições realizadas na França. Foi reformado em 1998 para organização da Copa do Mundo de futebol no país.

Stade Vélodrome

Stade Vélodrome PAris-2024
  • Capacidade: 67.000 espectadores
  • Esportes: Futebol

O icônico Stade Vélodrome em Marselha também será palco das competições de futebol, agregando sua atmosfera eletrizante aos Jogos Olímpicos. É a segunda maior arena da França

Futebol feminino do Brasil nos Jogos Olímpicos

Cristiane é a maior artilheira da história dos Jogos Olímpicos com 15 gols marcados (Foto: A2M/CBF)
Cristiane é a maior artilheira da história dos Jogos Olímpicos com 15 gols marcados (Foto: A2M/CBF)

O Brasil tem tradição no futebol feminino nos Jogos Olímpicos. Em sete edições até hoje disputadas, figurou entre os quatro melhores por cinco vezes, ficando de fora somente em Londres-2012 e Tóquio-2020.

Na estreia em Atlanta-1996, o Brasil tinha um timaço, com jogadoras que abriram espaço para a rainha Marta ser o que é hoje. Nomes como os de Sissi, Kátia Cilene, Pretinha e a eterna Formiga fizeram o país ter grande torneio nos Estados Unidos.  Na primeira fase, o Brasil conseguiu se classificar em segundo para as semifinais em um grupo que contava simplesmente com as atuais campeãs e vice-campeãs do mundo à época ( Noruega e Alemanha), e mais o Japão, que havia eliminado o país no Mundial um ano antes. Na partida valendo vaga para a final contra a China, uma facada no peito dos torcedores. O Brasil vencia por 2 a 1 até os 37 do segundo tempo. Tomou o gol de empate aos 38 e o da virada no último minuto de jogo. Abaladas, as brasileiras acabaram perdendo a decisão do bronze para a Noruega

Quatro anos mais tarde, em Sydney, nova derrota nas semifinais e na decisão do terceiro lugar. Começava ali uma serie de resultados negativos contra os Estados Unidos.

Medalhas de prata em Atenas-2004 e Pequim-2008

Brasil conquistou a medalha de prata em 2004, resultado que se repetiu em 2008
(Ezra Shaw/Getty Images)

Em Atenas 2004, já com Marta e Cristiane e algumas remanescentes da geração de 1996, o Brasil fez bonito. Perdeu apenas para as americanas na fase de grupos e avançou em segundo. Nas quartas, goleada no México; na semi, duríssimo jogo contra a Suécia, com gol de Pretinha no segundo tempo que garantiu o time em sua primeira final olímpica. Na decisão, contra as americanas de Mia Hamm, empate no tempo normal; quando faltavam apenas 8 minutos para a decisão nos pênaltis, a americana Wambach destroçou corações verde-amarelos e deu o título às americanas. A medalha de prata foi a primeira do futebol feminino na história.

Quatro anos mais tarde, mais do mesmo: Com Cristiane e Marta liderando, o Brasil chegou até a final, novamente com as americanas. Após empate em 0 a 0, decisão na prorrogação e nova derrota dolorosa no tempo extra. Uma prata com gostinho de quero mais. Foi a segunda e até agora última medalha do Brasil.

Em Londres 2012, a pior campanha do Brasil. Derrota nas quartas de final para o Japão, equipe forte que viria a ser vice-campeã olímpica. 

Queda nos pênaltis na Rio-2016

Quatro anos mais tarde, no Rio de Janeiro, o time chegou desacreditado e foi longe. Se classificou em primeiro lugar do grupo e encarou a Austrália nas quartas-de-final. Após uma dramática classificação nos pênaltis, o Brasil enfrentaria a Suécia, time que já havia goleado na fase de grupos por 5 a 1, mas que vinha se recuperando e acabara de eliminar os Estados Unidos nas quartas-de-final pela primeira vez na história. Em um jogo morno, empate em zero a zero e nova decisão. Com erros de Cristiane e Andressa, o Brasil novamente disputaria o bronze e acabaria derrotado, dessa vez pelo Canadá. A técnica da Suécia à época era Pia Sundhage, que comanda o Brasil neste ano. Na disputa do bronze, derrota por 2 a 1 contra o Canadá.

Em Tóquio-2020, depois de uma boa campanha na primeira fase em que venceu China (5 a 0) e Zâmbia (1 a 0) e empatou com a Holanda (3 a 3), o Brasil se despediu nas quartas de final ao cair nos pênaltis diante do Canadá, que depois conquistaria o título.

História do futebol feminino nos Jogos Olímpicos

Mia Hamm foi um dos grandes nomes do futebol feminino americano nos Jogos Olímpicos (USA Soccer)
Mia Hamm foi um dos grandes nomes olímpicos do futebol feminino americano (USA Soccer)

Os Estados Unidos são o grande nome da modalidade desde a sua introdução no programa olímpico, em Atlanta-1996, tendo conquistado quatro das sete edições disputadas, ficando fora do pódio pela apenas na Rio-2016. Venceram o primeiro título disputado em casa em 1996, mas deixaram o bi-campeonato escapar quatro anos mais tarde em casa para a Noruega, país que teve uma grande geração de jogadoras na década de 1990. A partir de 2004 em Atenas, os Estados Unidos venceram três edições consecutivas, batendo duas vezes o Brasil na prorrogação em 2004 e 2008 e o Japão em 2012. A Alemanha ostenta 3 medalhas de bronze consecutivas de 2000 a 2008. Em 2016, finalmente conseguiu superar a barreira das semifinais e levou o ouro. Depois dos Estados Unidos, o Brasil foi o país que mais esteve entre as quatro primeiras colocações em todas as edições de Jogos Olímpicos.

Em Tóquio-2020, o Canadá provocou uma grande surpresa e conquistou o título de campeão olímpico do futebol feminino. Com uma campanha sem brilho, a equipe, que só venceu dois dos seis jogos disputados, foi aos poucos superando os favoritos até chegar ao título. Na reta deciciva, venceu nos pênaltis o Brasil nas quartas de final e a Suécia na final. A única vitória no mata-mata foi o magro 1 a 0 diante dos Estados Unidos na semifinal.

Todos os medalhistas do futebol feminino em Jogos Olímpicos

AnoSedeOuroPrataBronzeQuarto lugar
1996Atlanta Estados Unidos China Noruega Brasil
2000Sidney Noruega Estados Unidos Alemanha Brasil
2004Atenas Estados Unidos Brasil Alemanha Suécia
2008Pequim Estados Unidos Brasil Alemanha Japão
2012Londres Estados Unidos Japão Canadá França
2016Rio de Janeiro Alemanha Suécia Canadá Brasil
2020Tóquio Canadá Suécia Estados Unidos Austrália

Quadro de medalhas do futebol feminino nos Jogos Olímpicos

EquipeOuroPrataBronzeTotal
1 Estados Unidos4 1 1 6
2 Alemanha1  3 4
3 Canadá1  2 3
4 Noruega1  12
5 Brasil 2  2
5 Suécia 2  2
7 Japão 1 1
7 China 1  1