Música

Arcade Fire são a maior banda de festivais do mundo? No NOS Alive, sim

O grupo fechou o palco principal no primeiro dia do festival, no meio da total euforia. Win Butler é o novo herói nacional.
Mais um concerto glorioso em Portugal.

Todos já sabemos que Win Butler não tem medo de interagir de (muito) perto com os fãs. O espetáculo desta quinta-feira, 11 de julho, no NOS Alive foi a mais recente prova disso mesmo. 

Pouco depois de ter surgido ao som de “Vampire, Forest Fire”, o vocalista correu em direção às grades que separam o público do palco, para se colocarem em cima do metal enquanto segurava a guitarra bem no ar e olhava de perto os espectadores da fila da frente.

Se necessitava de provas para a popularidade da banda em Portugal, aqui está: ainda só tinham tocado duas canções e o recinto já estava cheio, o que não aconteceu nas apresentações anteriores do primeiro dia desta edição do NOS Alive.

O concerto foi dividido na perfeição. A primeira parte (neste caso, os primeiros 11 temas) foram do álbum de estreia “Funeral”, que em 2024 celebra 20 anos de existência — e que continua a ser o trabalho mais elogiado do grupo. Aliás, é mesml um dos mais importantes do século XXI, segundo a revista “Rolling Stone”.

O concerto foi tudo menos um funeral. Sempre que olhávamos para um membro diferente da banda, conseguíamos ver o quanto se estavam a divertir. Esta energia contagiou toda a gente, como costuma acontecer com Arcade Fire.

O primeiro set acabou com “In The Backseat”, um fecho que deixou os fãs entusiasmados pelo que se seguiria na atuação. E que foi a tal exposição apoteótica das faixas de outros discos.

A interpretação de “Reflektor” foi um dos destaques graças ao instrumental hipnotizante que o caracteriza. Mas houve, claro, muitos outros pontos altos ao longo desta noite épica. Em “Rebellion Lies”, por exemplo, deixaram o público cantar sozinho sem qualquer música a tocar, um cenário de magia que se foi repetindo frequentemente ao longo da atuação — mas sempre sem perder qualquer encanto.

Por vezes, o concerto também parecia uma espécie de teatro imersivo graças a forma como Win encarnava cada uma das palavras das canções, um dote que foi usado especialmente em “Afterlife” que, apesar da batida animada e ao estilo dos Arcade Fire, tem uma letra mais emocionante. O vocalista foi, mais uma vez, para o meio do público, movido por uma paixão evidente por estes ambientes.

São e salvo no palco, sabia que ainda tinha muito mais para dar. Assim que disse aos fãs que o próximo tema era “No Cars Go”, todos os membros do público gritaram, começaram a entoar as notas e, depois, dançaram com todas as energias que ainda estavam naquele melting pot de emoções.

“Estar em Lisboa é como estar em casa”, disse o vocalista em português, antes de tocar “Ready To Start”. As interpretações eletrizantes de cada uma das faixas da setlist foram pautadas por momentos de interação com os fãs. Alguns foram mais emocionantes, enquanto outros foram engraçados.

“Posso mergulhar aqui no mar ou apanho alguma doença se o fizer? A água é limpa? Pela vossa resposta, vou dizer que é um talvez”, brincou Win.

Apesar do protagonismo do cantor alto, louro e gorducho, outro membro fulcral do grupo é Régine Chassagne, a sua mulher. Fica muitas vezes no fundo, mas durante a apresentação de “Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)” foi a grande estrela em palco e mostrou que também ela tem uma voz potente e que todos gostávamos de ouvir mais frequentemente.

Quando o seu solo impressionante chegou ao fim, apareceram bonecos insufláveis no palco para anteceder um dos instantes mais aguardados do dia: o hit “Everything Now”. Para terminar numa nota alta, os Arcade Fire escolhem “Wake Up”. Confettis voaram, o público saltou e assim chegou ao fim mais um espetáculo glorioso da banda em Portugal.

Carregue na galeria e veja algumas fotografias do espetáculo dos Arcade Fire no NOS Alive.

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