O que mudou no Fluminense após a saída de Fernando Diniz?

Técnico deixou o Tricolor após derrota para o Flamengo e foi substituído por Mano Menezes, com estilo de jogo diferente

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Fernando Diniz deixou o Fluminense como campeão da Libertadores (Foto: Ettore Chiereguini/AGIF)

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"Feijão com arroz". A célebre máxima do futebol costuma dividir opiniões entre os torcedores e visões entre os treinadores. Há quem goste de ser revolucionário, trazer novas ideias, adaptar interpretações ao que é moderno na bola. Há quem prefira simplificar, transformar a bola em básica e redonda em busca de triunfos eficientes.

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O Fluminense talvez venha sendo vítima dessa variação futebolística. Fernando Diniz implementou, ao longo de sua trajetória nas Laranjeiras, um futebol vistoso enquanto durou. Mas ao fim do brilho, os olhos doíam. Os encaixes já não eram mais os mesmos; a paciência já não existia, e a demissão certamente chegou no momento certo.

Em 2024, apesar da liderança em seu grupo na Libertadores, o Tricolor teve dificuldade para repetir o desempenho do último ano, quando conquistou o continente. A decepção no Cariocão e a lanterna do Brasileirão pesaram para a escolha de um simplista Mano Menezes.

Em dois jogos à frente da equipe, o gaúcho não teve sorte: um empate diante do Internacional no Maracanã e uma derrota para o Fortaleza no Castelão. Mas dentro de campo, é perceptível o derretimento do legado de Diniz.

As improvisações tão contestadas por aficionados já são menores. Situações como o driblador Marquinhos na lateral, um dos volantes (ou até dois ao mesmo tempo) na zaga e o uso de dois centroavantes de ofício reduziram-se ao famoso "cada um no seu quadrado".

Com a bola no pé, pouco risco. A temida troca de passes dentro de sua própria área, grudados na linha de fundo, vai sendo paulatinamente substituída pelo chutão banal que não gera acelerações e palpitações em quem assiste ao jogo.

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O processo é lento. Estar imerso a uma revolução do futebol e precisar abdicar dela rapidamente é quase impossível. E que não nos deixemos enganar: Diniz é um treinador revolucionário. Fazer o que se propõe a fazer requer coragem, e em ocasiões, traz resultado. A prova disso está no dia a dia. Antes, ver um time de pelada trocando passes até o gol era sinônimo do "Guardiolismo". Hoje, sempre se ouve alguém falar "olha lá, é o Dinizismo!". Influente.

Mas era hora de mudar. Era hora de simplificar. Aos poucos, o Fluminense vai deixando os resquícios de um trabalho de Diniz, que já se arrastava, pelo caminho, e vai ganhando cancha no que precisa com Mano Menezes. Embora as circunstâncias de estar em último no Brasileirão clamem por uma urgência na remontada, é preciso um pouco de paciência. Em dois jogos, os resultados não vieram, mas as mudanças apareceram. O caminho é esse.

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Fernando Diniz e Mano Menezes comandam o Fluminense com idelogias distintas (Arte: Lance!)

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