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Pedidos de indenização somam R$ 3,88 bi no RS, o maior sinistro climático do Brasil

Seguradoras registram mais de 48 mil ocorrências, segundo levantamento da CNseg

Gilmara Santos

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As seguradoras do país acumulam mais de R$ 3,88 bilhões em pedidos de indenizações relacionados à tragédia climática do Rio Grande do Sul, estado que acumula centenas de mortos e milhares de desabrigados em consequência das fortes chuvas e enchentes iniciadas em abril e que ainda causam estragos no território gaúcho.

Os dados integram levantamento apresentado, nesta quarta-feira (19), pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) à imprensa. O montante representa aumento de 132% na comparação com os últimos dados computados até 23 de maio, quando as indenizações alcançaram o patamar de R$ 1,6 bilhão.

“Já esperávamos este crescimento considerável, mas este número não é o final. Nas próximas semanas deve continuar crescendo”, estima o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira. “As chuvas voltaram a aumentar. A situação ainda não está estabilizada”, complementou o representante das empresas do setor.

Os dados, reunidos até 18 de junho, apontam 48.840 avisos de sinistros (ocorrências relacionadas ao risco previsto no contrato de seguro). Há um mês, eram 23.441 avisos.

Considerando o número de registros, o ramo agrícola apresentou a maior expansão, saindo de 993 para 2.215 pedidos. Em valores, saiu de R$ 47,2 milhões há um mês para R$ 181,6 milhões.

Já em valores, o maior aumento foi no ramo de grandes riscos, que registrou R$ 1,32 bilhão de indenizações que serão pagas contra R$ 507 mil do levantamento anterior — de 386 para 599 avisos de sinistros.

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O setor de automóveis conta com 19.607 pedidos contra 8.216 no mês passado e valor de R$ 1,27 bilhão ante R$ 557,4 milhões.

O seguro residencial e habitacional, por sua vez, registra atualmente 22.673 pedidos de indenização, com mais de R$ 524,6 milhões. Há um mês, eram 11.396 pedidos e montante de R$ 239,1 milhões.

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Indenização garantida

O presidente da CNseg voltou a afirmar que os valores previstos de indenização são provisionados pelas seguradoras com recursos que elas mantêm em reserva técnica para o atendimento de eventos como o do Rio Grande do Sul.

“São volumes que são perfeitamente cobertos pela capacidade financeira das operadoras brasileiras, que, além de reserva técnica, contam com ativos próprios e sistema de resseguro nacional e internacional”, comenta Oliveira.

A expectaviva é que o montante de indenizações no Rio Grande do Sul possa superar até mesmo o valor pago em indenizações durante a pandemia de Covid-19, que chegou a cerca de R$ 7,5 bilhões para o mercado. “Este evento deve alcançar o maior impacto de um único evento da história no setor de seguros”, diz Oliveira.

Gilmara Santos

Jornalista especializada em economia e negócios. Foi editora de legislação da Gazeta Mercantil e de Economia do Diário do Grande ABC