O caso de violência doméstica já terminou, há muito que o casamento não é uma realidade, mas o percurso de Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho continua, muitas vezes, indissociado com a ligação entre os dois a ser notícia de tempos a tempos. Na última semana, a mediática relação entre a apresentadora e o ex-ministro da Cultura veio novamente à baila por causa do livro 'Tempestade Perfeita. Como Sobrevivi à Tormenta' (Oficina do Livro), no qual a estrela da SIC relata aquilo que foram os seus últimos anos de vida com tudo o que isso implicou.
E, inevitavelmente, o polémico divórcio foi falado, com Bárbara a explicar de que forma o arrastamento do processo de violência doméstica impactou diretamente a sua vida.
"A justiça fez-se, ao fim de 10 anos. Foi morosa e teve uma repercussão sem precedentes na minha vida." A apresentadora chegou a pensar em desistir da acusação de violência doméstica. "Ele não a vai largar", insistiu a advogada.
"Pensei: 'Pois não. E agora o que é que eu faço?' Decidi: 'Vou lutar pela justiça e vou sobreviver'", decidiu Bárbara.
O turbulento casamento de Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho, que terminou com uma condenação por violência doméstica
"A justiça tem de mudar, tem de ser mais célere. Os processos matam vidas, matam futuros, matam trabalho. É urgente que sejam rápidos", considerou. "Muitas vezes me perguntam se estes 10 anos prejudicaram a minha carreira. Não posso fugir à resposta, nem esconder a realidade: prejudicaram loucamente", reconheceu.
Uma confissão que surge numa altura em que há muito que os dois andavam arredados das principais polémicas. Na verdade, desde que foi condenado no processo de violência doméstica que Manuel Maria Carrilho, hoje com 72 anos, tem andado afastado da exposição mediática. Desde então, foram raras as ocasiões em que se expôs publicamente e, contactado pela 'The Mag' para comentar o novo livro de revelações da mãe dos dois filhos, o ex-ministro da Cultura foi peremptório.
"Peço imensa desculpa, mas não vou comentar", limitou-se a dizer, revelando, ao remeter-se ao silêncio, que não pretende voltar a ser ligado ao nome da ex-mulher.
Os dois não trocam uma única palavra desde que toda a polémica em torno do divórcio estoirou. Quando os filhos eram pequenos, falavam, sempre que necessário, através de intermediários, e agora que Dinis, de 20 anos, de Carlota, de 14, já são mais autónomos, nem isso acontece. "Eles têm ambos uma ótima relação com os filhos, mas entre os dois não há, nunca haverá, qualquer tipo de relação possível", explica uma fonte.
Manuel Maria Carrilho, sabe a 'The Mag', retomou alguns projetos de ensino pontuais em Bruxelas e Paris e tem-se dedicado, nos últimos tempos, à escrita. Para trás, fica o processo de violência doméstica, em que foi condenado, e que surge como uma mancha no seu currículo.
Bárbara Guimarães recorda dias de pavor depois de receber diagnóstico do cancro
A DERRADEIRA VINGANÇA DE BÁRBARA
Durante muito tempo, Bárbara Guimarães sofreu em silêncio e recusou sempre comentar a violência a que foi sujeita no casamento e os anos em que decorreu o processo não foram fáceis para a estrela da SIC que, além de enfrentar o escrutínio público e na Justiça, enfrentou ainda uma luta contra o cancro na mama. Por isso mesmo, estas páginas são agora entendidas por muitos como a suprema vingança da apresentadora, que pode finalmente falar sem receios sobre o que viveu no casamento.
Episódios relatados no seu livro, em que a união com Manuel Maria Carrilho é posta a nu, não só na sua fase mais dramática, mas também no fulgor dos primeiros tempos, quando os dois acreditavam estar a viver algo de único e especial.
"Quando o conheci nem sabia a idade dele. Confesso que só o descobri numa entrevista a um jornal ao ver escrito ‘48 anos’", começou por assegurar Bárbara Guimarães no livro onde revela muitos factos da sua vida pessoal. E acrescenta: "Nunca me preocupou a diferença de idades, não a sentia. Mas disse-lhe: ‘Olha, tens a idade da minha mãe. Nunca tinha imaginado", assume a apresentadora.
Tribunal quer ver Carrilho condenado pelo crime de violência doméstica
"A relação evoluiu rapidamente e pouco depois de irmos assistir a uma peça no Porto, o Expresso apanhou uma fotografia nossa, os dois juntos no Teatro São João. Após esse episódio, começámos a aparecer em mais ocasiões e a notícia rebenta", recorda. "Na época, eu tinha imenso trabalho, por isso todos os tempos livres eram para aproveitar e para viver este romance que estava a surgir. Foi tudo muito rápido. Aliás, pouco tempo depois de começarmos a relação, fui pedida em casamento e aceitei."
Na altura, Bárbara Guimarães admite não ter tido dúvidas. "Estava apaixonada. Estar com uma pessoa mais velha dava-me uma outra perspetiva sobre a vida. Conheci logo a família dele, que adorei. Ainda hoje me relaciono muito bem com as minhas cunhadas, com os meus sobrinhos e tenho um carinho imenso pelos dois filhos mais velhos dele."
